Simulador musical criado por brasileiros prevê próximos sucessos usando IA

Estudo da ESPM mapeia como o uso de inteligência artificial pode influenciar no futuro da música. Saiba mais detalhes!
IA separa músicas entre "hits" e "flops" com 97% de precisão
Imagem: Reprodução/Unsplash

O sucesso de “Zona de Perigo”, o grande hit do Carnaval de 2023, surpreendeu o próprio Leo Santana. O cantor não apostava muito nessa mistura de arrocha, pagode, funk e axé. Na verdade, a música de trabalho para este começo de ano era outra: “Não Se Vá”.

Mas uma nova criação pode resolver dilemas como o de Leo Santana e antever o sucesso de uma música. Para antecipar o desempenho de singles antes de seu lançamento, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em parceria com a Cognitive, a CNPq e a FAPESP, usou a inteligência artificial para criar um “simulador de popularidade”.

A IA leva em consideração o gênero musical, as categorias sonoras (dançante, enérgica, falada, acústica, instrumental, ao vivo, positividade e conteúdo explícito) e as variáveis numéricas (velocidade, duração, quantidade de artistas e seguidores) da faixa. Dando check em alguns elementos da lista, como o de ser uma música dançante, energética e positiva, por exemplo, “Zona de Perigo” apresentou uma tendência de popularidade de 88%. Alto, né?

Como funciona o simulador de popularidade da ESPM?

A pesquisa se baseia no mercado brasileiro e mapeia como a IA pode influenciar no futuro musical. O objetivo do projeto, desenvolvido por alunos e professores do curso de Administração da ESPM, bem como profissionais de tecnologia, é traçar formas de artistas e gravadoras conseguirem maior retorno financeiro.

Para desenvolver o mapeamento, foram selecionadas 1.723 músicas da playlist Top 200 do Spotify desde 2017, consideradas bem sucedidas. Em outro grupo, estavam 1.723 faixas da playlist Virais do Spotify que não entraram para o Top 200, além de outras do Top 100 do Deezer de artistas populares, mas que não fizeram sucesso, totalizando 3.446 músicas. De acordo com os resultados, quatro de 376 gravadoras concentram, juntas, 43% dos hits. São elas: Sony, com 14,2%; Som Livre, com 13,9%; Universal, com 8,8%; e a Warner, com 7,1%. Ainda segundo os dados, as gravadoras menores são responsáveis pela maioria dos lançamentos, mas possuem uma menor taxa de sucesso, definida pelo número de músicas no Top 200 dividido pelo número de lançamentos.

Domínio sertanejo no streaming

Outra descoberta — que não é tão novidade assim — é que os artistas sertanejos dominam as primeiras posições nos Top 200 do Spotify. Foram 45 músicas de Marília Mendonça, 42 de Henrique e Juliano e 39 de Gusttavo Lima. Fora do gênero, Anitta aparece em 8º lugar, com 22 faixas, e Alok em 10º, com 20. O pop é o estilo com a maior quantidade de lançamentos, seguido pelo funk. Mesmo assim, o sertanejo mantém a maior taxa de sucesso, de 94%.
Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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