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Shoppings no Canadá usaram secretamente reconhecimento facial para identificar idade e gênero

Consumidores que visitaram o Chinook Centre, um shopping em Calgary, Canadá, foram alvo de um software de reconhecimento facial sem que tivessem conhecimento disso. A rede de notícias canadense CBC reporta que a empresa proprietária do estabelecimento, Cadillac Fairview, admitiu usar o programa sem o consentimento dos visitantes. A companhia alega ter coletado apenas dados […]

Consumidores que visitaram o Chinook Centre, um shopping em Calgary, Canadá, foram alvo de um software de reconhecimento facial sem que tivessem conhecimento disso.

A rede de notícias canadense CBC que a empresa proprietária do estabelecimento, Cadillac Fairview, admitiu usar o programa sem o consentimento dos visitantes. A companhia alega ter coletado apenas dados limitados. A tecnologia está sendo usada desde junho.

Surpreendentemente, a Cadillac Fairview nunca revelou a vigilância, que foi usada em dois shoppings de Calgary e em outros no país. Uma pessoa simplesmente notou que a janela do software tinha sido acidentalmente deixada aberta em um computador do shopping. Ao que tudo indica, ele estava rodando em segundo plano. O consumidor .

Aparentemente, o shopping não identificou ninguém. O reconhecimento facial geralmente lê o rosto de uma pessoa e compara com um banco de dados de imagens de outras pessoas.

O caso em questão parece ser mais de análise facial, em que as faces são escaneadas e, a partir de algumas medidas, as pessoas são identificadas como homens ou mulheres e distribuídas em categorias de idades.

Vale notar que, tanto em classificação em gênero quanto em estimativas de idade, a tecnologia é em mulheres e pessoas de pele mais escura.

Mas essa não é a questão aqui. O problema é que as faces das pessoas foram escaneadas sem seu conhecimento ou permissão. Em uma declaração enviada à CBC, a Cadillac Fairview disse que não captura ou armazena imagens dos consumidores.

“Não é necessário consentimento pois não estamos capturando ou mantendo imagens”, disse um porta-voz da empresa.

A empresa ainda diz que o software apenas conta visitantes. Especialistas ouvidos pela reportagem, entretanto, dizem que a companhia pode não estar falando tudo.

“Não há como verificar o objetivo declarado, e eles podem começar a usar a tecnologia para outros fins. De uma perspectiva de liberdades civis, de defesa da privacidade, de exercício de nossos direitos, é uma preocupação enorme”, diz Sharon Polsky, presidente do Conselho de Privacidade e Acesso do Canadá.

O Gizmodo não conseguiu entrar em contato com a Cadillac Fairview para comentar o caso.

Como explica Polsky, mesmo dados “anonimizados” de reconhecimento facial podem ser ligados a câmeras de segurança, histórico de compras ou até mesmo conexões Wi-Fi para identificar novamente as pessoas. Infelizmente, a empresa tem razão sobre uma coisa: eles não são legalmente obrigados a pedir autorização para usar o reconhecimento facial, uma vez que não armazenam as imagens das pessoas.

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Imagem do topo: AP

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