O clube secreto da Segunda Guerra que curava pilotos queimados e revolucionou a cirurgia plástica
• Esta visualização em vídeo de quantos morreram na 2ª Guerra Mundial é chocante
• Cirurgia plástica na Primeira Guerra Mundial estava muito à frente de seu tempo
Técnica rudimentar
McIndoe, um nativo da Nova Zelândia , foi pioneiro de muitos tratamentos e técnicas em uso até hoje para queimaduras graves. Mas ele percebeu que para cuidar do trauma externo, também é necessário cuidar do trauma interno. Foi assim que o Guinea Pig Club nasceu.Além das aparências
Uma das coisas mais impressionantes sobre o Guinea Pig Club era a atitude dos médicos e enfermeiras. Eles não os tratavam como inválidos em recuperação. A equipe se esforçava para criar um ambiente alegre e normal no hospital, e McIndoe deixava passar os flertes muitas vezes inadequados que os solitários jovens usavam nas enfermeiras. se lembra de como um paciente com mãos extremamente queimadas, mesmo assim conseguiu a beliscar quando ela se virou. Quando ela ameaçou dar um soco no nariz se ele a beliscasse de novo, ele apenas lembrou que ele não tinha mais um nariz. “Eu posso esperar”, ela respondeu. Os membros do clube tinham um senso de humor pesado. Quando o clube , eles escolheram um piloto cujos dedos tinham sido muito queimados como secretário, para que ele não conseguisse anotar as reuniões, e outro piloto com pernas extremamente danificadas como tesoureiro, para que ele não pudesse fugir com o dinheiro do clube. Eles eram todos muito jovens, geralmente por volta de vinte anos de idade. Alguns tinham tendências suicidas quando chegavam ao hospital. Eles haviam sobrevivido enquanto seus amigos haviam morrido. Eles pensavam que suas vidas tinham acabado. Então McIndoe trouxe garotas dos cabarés de Londres para visitá-los, para convencê-los que eles ainda podiam falar com garotas bonitas. Ele fazia eles serem convidados para tomar chá nas casas de famílias locais para que se sentissem bem vindos. Ele os deixava usarem seus uniformes no hospital. Ele mantinha muita cerveja por lá, já que o Guinea Pigs era tecnicamente um clube de bebida. Foi um dos primeiros esforços para focar tanto na recuperação física quanto psicológica dos pacientes. Antes disso, as pessoas com ferimentos desfigurantes ou deficiências geralmente eram escondidos. Ao invés de tratar os pilotos queimados como infelizes jovens que perderam suas vidas normais, McIndoe os apresentou como heróis que deveriam ser louvados por sua coragem. Se uma peça ou filme estava sendo inaugurado na cidade, McIndoe fazia seus pacientes serem chamados como convidados de honra. E funcionava. Grinstead, a cidade onde ficava o hospital, ficou conhecida como “a cidade que não encara”. Alguns membros do clube casaram com mulheres que conheceram na cidade enquanto estavam na recuperação.A motivação para reintegrar os membros do Guinea Pig Club na sociedade não era inteiramente altruísta. A Royal Air Force tinha gasto muito tempo e dinheiro treinando os pilotos e estava ansiosa em conseguir qualquer coisa que os fizesse voltar à ativa. Mesmo assim, foi uma grande mudança de atitude por parte dos militares, de acordo com Emily Mayhew, historiador e autor do livro The Reconstruction of Warriors.
Depois da guerra, os ex-pacientes continuaram a se encontrar para reuniões. Foi somente em 2007, quando o membro mais velho tinha 102 e o mais novo 82 que eles decidiram que estavam ficando velhos de mais para ficar viajando para as reuniões. O Guinea Pig Club mostrou muito bem que a chave para a resiliência é um pouco de humor, aceitação social e a certeza de que você não está sozinho.Mais leituras sobre o assunto (em inglês):
Andrew, D. R. (1994) “The Guinea Pig Club.” Aviation Space and Environmental Medicine 65 (5): 428.
Bishop, Edward. McIndoe’s Army: The Story of the Guinea Pig Club and its Indomitable Members (revised ed.). London: Grub Street, 2004.
Mayhew, Emily R. The Reconstruction of Warriors: Archibald McIndoe, the Royal Air Force and the Guinea Pig Club. London: Greenhill, 2004.
Imagens cortesia do The Guinea Pig Club, via . Usadas com permissão.