Se comer pão não dirija? Teste do bafômetro do Detran gera polêmica
Uma teste de bafômetro realizado pelo Detran-GO (Departamento Estadual de Trânsito de Goiás) confirmou a presença de álcool em algumas marcas de pão de forma. O órgão detectou quantidade suficiente para ser registrada como infração de trânsito. Porém, usuários criticaram o método que o teste foi realizado.
A ideia para o teste surgiu após a (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) lançar um estudo afirmando haver níveis de álcool acima do esperado em algumas marcas de pão de forma, incluindo Visconti, Bauducco, Wickbold e Panco.No chamado “Tem álcool no seu pão de forma”, o estudo indicou que a ingestão de duas fatias de pão pode levar a resultados positivos no teste de bafômetro.
Portanto, para confirmar a hipótese, o Detran-GO, publicou um vídeo que mostra o bafômetro acusando álcool em duas pessoas que comeram fatias de pão das marcas Visconti. O bafômetro acusou 0,12 mg de álcool por litro de ar expelido, excedendo assim 0,05 mg/L, o limite que determina se o motorista está alcoolizado.
Vídeo do Detran-GO gera polêmica
Usuários na internet criticaram o vídeo por ter sido feito por uma influenciadora — chamada de “blogueirinha do trânsito” — em vez de um especialista no assunto. Os comentários ressaltaram que o teste do bafômetro foi realizado sem qualquer metodologia científica. Por isso, os usuários classificaram o vídeo como uma desinformação compartilhada por uma conta governamental.
Por sua vez, o Detran-GO disse — em outro vídeo — que o álcool presente no pão não é absorvido pelos pulmões. Portanto, após alguns minutos, o exame de bafômetro não detecta a substância no corpo.
Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) questionou a metodologia do estudo da Proteste. De acordo com a Abimapi, o estudo tem falhas e inconsitências. Já a Pandurata Alimentos, fabricante dos pães Bauducco e Visconti, afirmou seguir rigorosos padrões de segurança alimentar e cumprir a legislação vigente. Por fim, a Bimbo, fabricante do pão Pullman, não se manifestou sobre o assunto.