Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, investigaram como o aquecimento global está prejudicando as espécies de mamíferos da Amazônia brasileira. O estudo sobre o tema foi publicado na revista .
Antes de entender o estudo, é preciso conhecer o conceito de savanização. Basicamente, as mudanças climáticas estão mudando a paisagem da floresta tropical, transformando o ambiente repleto de árvores em uma paisagem aberta e seca, semelhante à savana.
Vale lembrar que a savana é um bioma rico, e que as espécies que vivem ali já estão adaptadas a tal ambiente, enquanto a Amazônia se reduzirá a uma floresta degrada.
Os macacos, que vivem no topo das árvores, devem ser os primeiros afetados pelo problema. No entanto, eles não serão os únicos.
O estudo focou nos mamíferos terrestres que usam tanto habitats de floresta quanto savana – ou cerrado – quando têm acesso a ambos. Para isso, a equipe distribuiu câmeras por quatro áreas protegidas do sul da Amazônia brasileira, região que mistura ambos os biomas.
Então, analisaram o comportamento de 31 espécies, desde onças até capivaras. Dessas, 22 viviam em ambos os ambientes, cinco eram nativas da floresta tropical e quatro pertenciam ao cerrado.
Após analisar os dados, os cientistas concluíram que os animais preferem o ambiente de floresta, mesmo quando podem viver em ambos os locais. Poucos estão adaptados ao cerrado, considerando ainda que esse é um cerrado intocado. A história pode ser ainda pior nas áreas que enfrentarem a savanização.
Com a perda do habitat, as áreas de proteção ambiental não darão contar de proteger toda a vida selvagem da Amazônia. Por conta disso, os pesquisadores pedem maior atenção para essas espécies que podem declinar com o avanço das mudanças climáticas.