Satélites mortos serão empurrados à atmosfera para queimar; entenda

Nave criada por startup pretende resolver o problema do lixo espacial. Ideia é derrubar satélites inativos de suas órbitas; confira o vídeo
Satélites mortos serão empurrados à atmosfera para queimar; entenda
Imagem: Astroscale/Divulgação
A startup nipo-britânica Astroscale divulgou um vídeo demonstrando como funcionará a missão que pretende limpar a órbita terrestre de satélites mortos. No vídeo, a nave ELSA-M (sigla de End of Life Services by Astroscale-Multiple) utiliza ímãs para se acoplar a um satélite e depois o “empurra” em direção à Terra. Assim, ao reentrar na atmosfera terrestre, o satélite inativo pega fogo e se desintegra com o atrito com o ar, sem causar maiores danos.

O lixo espacial é um problema crescente e de difícil solução. Segundo informações da Astroscale, mais de 2,2 mil satélites inativos circundam atualmente a órbita baixa da Terra. Isso aumenta o risco de colisões entre elas, o que acaba espalhando ainda mais fragmentos pelo espaço e piorando a situação.

Um pesquisador da NASA já havia previsto esse cenário há decadas.  Em 1978, Donald J. Kessler alertou que futuras missões tripuladas seriam ameaçadas por pedaços de satélites destruídos — no que ficaria conhecido como Síndrome de Kessler. Como a velocidade na órbita baixa da Terra pode chegar a 8 km/s (cerca de 29 mil km/h), mesmo um minúsculo fragmento causaria danos letais a uma espaçonave. Desde então, satélites passaram a ser desenhados para que retornem à atmosfera terrestre ao chegarem ao fim da vida, de maneira que sejam desintegrados por completo. Porém, nem sempre isso acontece, e eles acabam vagando sem rumo pelo espaço. É nesse momento que entra o , que empurra esses satélites de volta à Terra.

Como funciona?

Controlado à distância, o ESLA-M usa propulsores para se aproximar de um satélite inativo. Identificado o alvo, uma espécie de garra magnética faz a acoplagem. Depois, ambos iniciam o procedimento de descida até a atmosfera terrestre. Mas, pouco antes da reentrada, o ESLA-M se solta do satélite e se encaminha para uma nova missão. Confira mais no vídeo abaixo:

O projeto ainda está em fase de testes, mas, em 2021, a Astroscale chegou a fazer experimentos com um protótipo chamado ELSA-D (D de demonstração). Na ocasião, a nave foi capaz de acoplar e desacoplar de um satélite inúmeras vezes. Em 2024, a empresa planeja fazer mais um teste para, entre outras coisas, criar uma versão autônoma do veículo.

Segundo a Astroscale, o ELSA-M deve entrar em operação em 2025, tornando-se o primeiro veículo comercial de destruição de satélites. A empresa tem financiamento da UKSA (Agência Espacial Britânica) e parcerias com empresas privadas, como a companhia de telecomunicações OneWeb.

Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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