Ciência
Satélites da Starlink podem aumentar o buraco na camada de ozônio
Atualmente, há mais de oito mil satélites de internet de baixa órbita da Terra, sendo seis mil somente da empresa Starlink, de Elon Musk
Imagem: Starlink/Reprodução
Satélites de internet, como os da Starlink, podem contribuir para o aumento do buraco da camada de ozônio, de acordo com um novo estudo.
Pesquisadores do Departamento de Engenharia Astronáutica da University of Southern California (USC) estudaram o efeito das megaconstelações dos satélites durante o retorno à atmosfera.O estudo, no dia 11, alerta que o enorme aumento de satélites da Starlink na baixa órbita da Terra pode causar reações químicas prejudiciais à atmosfera.
6 mil satélites da Starlink
Atualmente, há mais de oito mil satélites de internet de baixa órbita, sendo seis mil da Starlink. Todos esses satélites da Starlink possuem bastante alumínio e foram desenvolvidos para durar pouco tempo, De acordo com o estudo, o problema ocorre quando esses satélites voltam à atmosfera da Terra, produzindo óxido de alumínio resultante da queima. Desse modo, os satélites da Starlink, durante o retorno, causam uma reação química “altamente destrutiva” para a camada de ozônio.Os efeitos dos óxidos duram décadas conforme as partículas descem pela atmosfera, piorando ainda mais o efeito.
O estudo constatou que, entre 2016 e 2022, houve um aumento de oito vezes da presença desses óxidos na camada de ozônio, o que pode aumentar ainda mais com os planos da Starlink.
A SpaceX planeja ter 42 mil satélites da Starlink na baixa órbita. Outras empresas, como a Amazon, também querem lançar mais satélites, segundo o estudo.
Em 2022, 18,7 toneladas de nanopartículas de óxido de alumínio foram lançadas na atmosfera por satélites com defeito. Com os planos da Starlink, o estudo afirma que esse número pode subir para 397 toneladas por ano. Isso gera uma “destruição significativa da camada de ozônio”.
Segundo o estudo, conforme mais satélites retornam, é crucial entender os problemas ambientais que isso acarreta.
“Este estudo usou simulação de dinâmica molecular em escala atômica para quantificar a quantidade de óxido de alumínio gerado para a reentrada de um modelo de satélite. E, então, usou o número de satélites de reentrada planejados para megaconstelações de satélites para prever a quantidade de óxido de alumínio que será gerada no futuro”, disse Joseph Wang, professor de Astronáutica e Engenharia Aeroespacial e Mecânica da USC e autor do estudo ao portal .