Uma equipe formada por cientistas argentinos e brasileiros identificou uma espécie de sapo inédita na Formação Adamantina, próximo à cidade de Catanduva, no estado de São Paulo. O animal pertence ao gênero Baurubatrachus e viveu durante o Cretáceo Superior, entre 72 e 66 milhões de anos atrás.
Na época, os dinossauros ainda passeavam sobre a Terra. Espécies antigas de crocodilos, tartarugas e peixes também dividiam espaço com o sapo ancestral, nomeado Baurubatrachus santosdoroi.
Os pesquisadores conseguiram caracterizar a espécie graças aos fósseis de dois indivíduos encontrados no Brasil. Com os restos mortais, foi possível analisar aspectos cranianos e pós-cranianos do animal, desvendando sua anatomia peculiar.
Durante a investigação, a equipe identificou, por exemplo, um forame subtimpânico, que nada mais é do que uma abertura no tímpano que permite a passagem de músculos, vasos, artérias, veias e outras estruturas. O foi publicado na revista científica Ameghiniana.
Até então, o gênero Baurubatrachus possuia apenas um holotipo (espécime de referência): o Baurubatrachus pricei. Esse foi recuperado da Formação Serra da Galga, no estado de Minas Gerais, e surgiu alguns milhões de anos depois que a espécie recém descrita.
Segundo os pesquisadores, o em que o sapo foi encontrado também fornece informações sobre o ecossistema de São Paulo na época. A região parece ter tido clima semiárido, passando ocasionalmente por períodos de chuvas intensas. Alguns locais eram semelhantes a oásis, como a formação em que os fósseis foram revelados.