São Paulo 468 anos: 10 filmes rodados em SP para conhecer a cidade
O aniversário de 468 anos de São Paulo é comemorado nesta terça-feira, 25 de janeiro e a maior cidade do Brasil já serviu de cenário para inúmeros filmes durante essa história toda.
As ruas e avenidas de São Paulo já serviram de pano de fundo em produções nacionais e internacionais. Alguns casos até passam despercebidos pelo espectador, mas em outros o cenário paulistano faz mesmo parte da trama e assume até o protagonismo.
Por isso, a prefeitura de São Paulo oferece um incentivo financeiro para as grandes produções rodadas na metrópole (é preciso que tenha sido gasto, pelo menos, R$ 500 mil). É um jeito de colocar a cidade em destaque nos cinemas e nas televisões do mundo todo.
Pensando nisso, separamos 10 filmes gravados na cidade, para conhecer melhor alguns dos bairros típicos de São Paulo e compreender a rotina desta metrópole.
Se liga só:
1- Ensaio Sobre a Cegueira
O longa, baseado no romance de José Saramago, foi dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e conta com astros de Hollywood como Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael García Bernal e a brasileira Alice Braga.
Vários pontos de São Paulo, como o Minhocão, aparecem nas cenas da cidade fictícia da trama.
Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de “cegueira branca”, já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país.
À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo governo começam a falhar, as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação, a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore). Ela, juntamente com um grupo de internos, tenta encontrar a humanidade perdida.
2- O Casamento de Romeu e Julieta
//www.youtube.com/watch?v=E0O7E5NQy_sO que seria dos paulistanos sem as rivalidades entre seus times de futebol? A maior delas, entre Corinthians e Palmeiras, ganha ar de comédia no longa de Bruno Barreto. Romeu é um corintiano roxo, enquanto Julieta já foi até musa do Palmeiras. Enquanto vivem esse romance “proibido”, passam pelo icônico estádio do Pacaembu, –hoje em reforma.
Em “O Casamento de Romeu e Julieta”, Alfredo Baragatti (Luís Gustavo) é um advogado descendente de italianos, palmeirense roxo e membro do Conselho Deliberativo do clube. Alfredo criou sua Julieta (Luana Piovani) para ser como ele, mais uma apaixonada pelo Palmeiras. Batizada em homenagem aos ídolos palmeirenses, “juli” de Julinho e “eta” de Echevarietta, ela é centroavante do time feminino do Palmeiras. Julieta se apaixona por Romeu (Marco Ricca), um médico oftalmologista de 45 anos que é corinthiano roxo.
Em nome do amor Romeu aceita se passar por palmeirense, chegando a se filiar como sócio do clube e ir aos jogos para torcer pelo rival. Tais atitudes geram desconfiança em sua família, principalmente em seu filho Zilinho (Leonardo Miggiorin) e na avó Nenzica (Berta Zemmel), ambos corintianos fanáticos.
3- Carandiru
Um dos filmes mais sangrentos do cinema nacional e também um clássico dele, foi dirigido por Hector Babenco. Retrata a história do Massacre do Carandiru, episódio na antiga Casa de Detenção de São Paulo, que ficou conhecida por conta do nome do bairro na Zona Norte da cidade.
Um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) se oferece para realizar um trabalho preventivo contra a Aids no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade dos cárceres, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Porém, apesar de todos os problemas, o médico logo percebe que os prisioneiros não são figuras demoníacas, existindo dentro da prisão solidariedade, organização e uma grande vontade de viver.
4- 2 Coelhos
Daqueles filmes no maior estilo de ação hollywoodiano, “2 Coelhos” foi dirigido por Afonso Poyart e se passa na cidade de São Paulo. Os lados bom e ruim da cidade aparecem em meio a cenas de explosões, efeitos especiais que simulam quadrinhos e muito mais. Dá para reconhecer muitos lugares no filme, como o Copan, a Praça Roosevelt e ruas da cidade.
Pouco comum no cinema nacional, o filme de ação estilo quebra-cabeças de Afonso Poyart explora o centro da capital paulista, das padarias tradicionais ao seu lado mais “cinza”, coberto por concreto e grafite.
5- As Melhores Coisas do Mundo
A diretora do filme, Laís Bodanzky, já é conhecida por mostrar nas telas as ruas de São Paulo. Nesse filme, adolescentes da classe média paulistana passam por momentos de diversão e também sérios, comuns nessa fase da vida. Diversos bairros da Zona Oeste aparecem nas cenas, como a Praça do Pôr-do-Sol.
Mano (Francisco Miguez) é um adolescente de 15 anos. Ele está aprendendo a tocar guitarra com Marcelo (Paulo Vilhena) pois deseja chamar a atenção de uma garota. Seus pais, Camila (Denise Fraga) e Horácio (Zé Carlos Machado), estão se separando, o que afeta tanto ele quanto seu irmão mais velho, Pedro (Fiuk).
Sua melhor amiga e confidente é Carol (Gabriela Rocha), que está apaixonada pelo professor Artur (Caio Blat). Em meio a estas situações, Mano precisa lidar com os colegas de escola em momentos de diversão e também sérios, típicos da adolescência.
6- O Cheiro do Ralo
O personagem de Selton Mello, Lourenço, é dono de um antiquário localizado no tradicional bairro da Mooca. As expressões paulistanas preenchem boa parte do filme, que é muito mais baseado nos diálogos do que em ação. O “boteco” que o personagem frequenta também é a cara do centro da cidade.
No longa, Lourenço desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo, ele passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido.
Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.
Ele passa os dias humilhando seus clientes e encarando-os como objetos, até que fica obrigado a se envolver com eles, humanizando-os e a si mesmo. Inspirado no livro de Lourenço Mutarelli.
7- Cidade Cinza
Os grafites que adornam São Paulo de ponta a ponta enchem de cor o documentário de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo. Inspirados por um conflito entre grafiteiros e a prefeitura, quando um gigantesco mural foi pintado de cinza, os diretores acompanharam a realidade desses artistas e compararam a situação paulistana com a de outros países.
Em 2008 a prefeitura da cidade resolveu iniciar uma política de limpeza urbana, na qual os muros seriam pintados com a cor cinza de forma a apagar as intervenções neles realizadas. Artistas como OsGemeos, Nunca e Nina, que tiveram importantes obras destruídas pela iniciativa, se juntam para repintar um muro de 700 metros.
8- São Silvestre
A corrida de São Silvestre acontece todos os anos no dia 31 de dezembro, atraindo atletas amadores de todos os estados e profissionais de diferentes países –em especial o Quênia e a Etiópia. Em 2013, a diretora Lina Chamie reuniu esses corredores numa série de depoimentos que tentam explicar a “febre” que começa e termina na Avenida Paulista desde 1925.
O documentário reproduz a sensação de participar da maratona de São Silvestre, a maior corrida a céu aberto da América Latina. Com uma câmera acoplada ao corpo do ator Fernando Alves Pinto, o filme busca captar o cansaço, a velocidade, o suor, a respiração e o movimento dos atletas.
9- Salve Geral
Os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) que ocorreram em São Paulo, em 2006, é a inspiração para este filme. O longa conta a história de Lúcia, professora que tem seu filho adolescente preso.
Ela passa por dificuldades financeiras e tem uma missão: tirar o filho adolescente da cadeia. Enquanto isso, a crise entre prisioneiros e o sistema carcerário se agrava, e a facção criminosa envia seu código: Salve Geral.
Lúcia (Andréia Beltrão) é uma viúva de classe média que sonha em tirar o filho Rafael (Lee Thalor), de 18 anos, da prisão. Em suas frequentes visitas à penitenciária, ela conhece Ruiva (Denise Weinberg), advogada do Professor (Bruno Perillo), líder do Comando.
As duas ficam amigas e logo Lúcia é usada em missões ligadas à organização criminosa. Precisando do dinheiro, ela aceita realizar as tarefas. Paralelamente o Comando passa por uma luta interna pelo poder, ampliada pelo confronto dos prisioneiros com o sistema carcerário.
Quando o governo decide transferir, de uma só vez, centenas de presos para penitenciárias de segurança máxima no interior do estado, o Comando envia a ordem para que seus integrantes realizem uma série de ataques em pleno Dia das Mães, deixando a cidade de São Paulo sitiada.
10- O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias
Ambientado na década de 1970, o filme aborda a situação política brasileira a partir da visão de Mauro, um garoto de 12 anos. O filme faz uma reconstituição primorosa da época, graças ao figurino e cenários, como as comunidades de diferentes etnias que formaram o bairro do Bom Retiro, incluindo especialmente os judeus, formam a nova família do pequeno Mauro.
Mauro (Michel Joelsas) é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia, sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele.
Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir da perseguição política, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é vizinho do avô de Mauro. Enquanto isso, ele só precisa se preocupar com a proximidade da Copa do Mundo.