Após pouco mais de um ano falando de sua tecnologia de pagamento móvel, a Samsung finalmente vai disponibilizar o Samsung Pay no mercado brasileiro. A partir do dia 19 de julho, quem tiver um aparelho compatível poderá usar o smartphone como carteira de pagamento.
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O Brasil é o sétimo país do mundo e o primeiro da América Latina a receber a tecnologia que está incorporada apenas nos seguintes aparelhos: Galaxy S7, S7 Edge, S6, S6 Edge, S6 Edge+, Note 5, A5 (2016) e A7 (2016) — no caso dos modelos S6 e S6 Edge, funcionará apenas com NFC, os outros funcionam com NFC e MST — tecnologias que vamos tratar adiante.
Durante a estreia, na próxima terça-feira (19), estarão habilitados para funcionar com o Samsung Pay cartões do Banco do Brasil, Caixa Econômica, Porto Seguro, Santander e Brasil Pré-Pagos. De acordo com a empresa sul-coreana, em até 60 dias, será possível aderir ao sistema os cartões do Banrisul, Bradesco, Itaú e Nubank.
Como vai ser o processo para cadastrar o cartão
Quem tem um dos aparelhos elegíveis e não tem o app Samsung Pay, a companhia enviará próximo ao lançamento uma atualização de segurança que vai baixar a plataforma para o smartphone e explicar como ela funciona. Por enquanto, para quem já tem o app, só aparece uma mensagem dizendo que o “Samsung Pay está chegando”.
Com o app instalado e funcionando (só a partir do dia 19 de julho), o próximo passo é cadastrar o cartão. Neste processo, será possível digitar os números ou tirar uma foto do cartão. Haverá uma comunicação segura com o banco, que vai pedir dados (como o CPF) e fazer um processo de verificação via SMS ou via chamada. Se o processo der certo, seu cartão ficará disponível na tela inicial da interface da Samsung. Bastará arrastar o dedo da parte inferior da tela em direção a parte superior para escolher qual você vai usar na operação.
A informação do CPF não está lá apenas para validar o cartão. Em locais como a cidade de São Paulo,— em que há um processo de devolução de parte dos impostos aos consumidores via Nota Fiscal Paulista — o usuário poderá gerar um código de barra no smartphone com o número do seu CPF. Com um escâner, o lojista já consegue inserir a informação no sistema e emitir a nota.
Como vai ser quando eu quiser pagar
A operação para compra será muito parecida. O vendedor coloca o valor na maquininha e o usuário deve desbloquear o smartphone, escolher o cartão, usar a digital para fazer autenticação e encostar no equipamento.
Neste passo é necessário entender se a máquina tem NFC (Comunicação por campo de proximidade). Caso ela tenha, deve haver um símbolo nela ou algum indicativo com a sigla da tecnologia. Basta encostar a parte traseira do aparelho ao lado da máquina que a operação será efetuada.
Caso não tenha NFC, será necessário usar uma outra tecnologia, chamada MST (Transmissão Segura Magnética). Ela emula a tarjeta magnética e permite que apenas a aproximação do aparelho com a máquina seja o suficiente para completar a operação. Ou, se você preferir, a explicação técnica dada pela LoopPay, a empresa comprada pela Samsung no ano passado que fornece essa tecnologia:
A tecnologia MST (transmissão segura magnética) gera campos magnéticos variáveis por um período muito curto de tempo… O sinal recebido pelo dispositivo emula a mesma alteração de campo magnético que uma tarja magnética ao deslizar pela cabeça de leitura. O
LoopPaySamsung Pay funciona a até 7 cm de distância da cabeça de leitura.
Esta última tecnologia é um diferencial da empresa, pois boa parte dos sistemas de pagamento móvel consiste em NFC e nem todas as maquininhas contam com o recurso. De acordo com a empresa, 90% dos dispositivos de pagamentos disponíveis no Brasil suportam ou NFC ou tarja magnética.
Voltando à questão dos aparelhos, note que dos smartphones compatíveis, apenas o Galaxy S6 e o Galaxy S6 Edge têm suporte apenas a máquinas com NFC. Isso ocorreu, pois estranhamente a empresa lançou os aparelhos no Brasil sem suporte a MST. Todos os outros suportam NFC e MST.
Na teoria, parece muito legal. Porém, só a partir de 19 de julho saberemos como vai ser mesmo. Prevejo que será, no mínimo, um choque para as pessoas — tanto para usuários como operadores de máquinas de cartão.