Ciência

Sai fenômeno La Niña, entra El Niño: veja o que muda no clima do Brasil

Fenômeno La Niña terminou em fevereiro, mas efeitos seguem até começo de abril, enquanto El Niño deve começar oficialmente em agosto
Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Depois de três anos atípicos com o fenômeno climático La Niña, começa agora a transição para o evento oposto: o El Niño. Como destacou o site , La Niña terminou em fevereiro, mas será possível sentir seus efeitos até o começo de abril. 

O planeta deve entrar em uma zona neutra até julho, quando começa o El Niño. A partir de agosto, o fenômeno ganha força e passa a influenciar a temperatura e a incidência de chuvas a partir do aquecimento das águas do Oceano Pacífico equatorial. 

Isso tem consequências. Diferente da La Niña, que resfria essa região oceânica, a instalação de um novo fenômeno deve aumentar as temperaturas em todo o mundo. No Brasil, isso causará mais calor nos estados ao norte, e mais chuva ao sul. 

As estimativas apontam que o El Niño será de intensidade moderada até o final de 2023. É possível que ganhe força no próximo verão, o que já preocupa especialistas. No último episódio, há sete anos, o fenômeno transformou 2016 no ano mais quente da história, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). 

O mais comum é que esses eventos climáticos durem até 18 meses, mas o La Niña perdurou pelos últimos três anos. Cientistas já alertaram que a intensidade afeta o ciclo global da água, além de deixar o ar mais quente e seco.

A oscilação entre La Niña e El Niño é natural, mas há incerteza se três anos consecutivos de um mesmo fenômeno foram um “acaso estatístico” ou um sinal das mudanças climáticas. Se continuarem tão extensos no futuro, é provável que a Terra enfrente secas mais extensas e mais inundações do que já vimos até agora. 

Efeitos no Brasil 

O outono começou nesta segunda-feira (20), a partir das 18h25 (horário de Brasília). A troca de estação vem acompanhada de mudanças no ciclo de chuvas do país. O avanço de uma ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul), pela região sudeste, vai favorecer períodos mais secos nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 

Enquanto isso, estados ao sul, além do Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste e São Paulo verão a formação constante de frentes frias e clima instável. A previsão é de aumento de chuva enquanto o fenômeno estiver ativo. 

“Por influência do aquecimento do Oceano Pacífico, as temperaturas ficarão acima da média do sudoeste de São Paulo ao nordeste de Minas Gerais, passando pela zona da mata mineira e parte do sul mineiro, e todo o Estado do RJ e do ES, além do noroeste do Estado de SP”, afirma o Climatempo.

Nas regiões norte e nordeste, o outono será de temperaturas um pouco acima da média e aumento de chuvas a partir de junho. 

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Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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