Robô mergulhador vai caçar navios naufragados e cidades perdidas
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford acaba de lançar o OceanOne K, robô mergulhador criado para explorar as profundezas do oceano. Com um corpo muito parecido ao do ser humano, a máquina consegue mergulhar até 1 km debaixo da água.
O OceanOne K possui uma cabeça e dois “olhos” equipados com câmeras separadas. Ele foi criado para explorar lugares em que ninguém jamais esteve, como navios afundados e cidades perdidas. Tudo isso sendo operado remotamente.
A expectativa é que o robô mergulhador consiga transmitir a sensação de fazer uma visita ao fundo do oceano. Isso é possível por causa de oito propulsores multidirecionais que permitem manobras precisas na água. Ele também possui um sistema de feedback tátil, ou seja, baseado no toque.
Na prática, o que o robô toca e enxerga, através de uma visão em 3D, produz sensações realistas aos seres humanos. “Se igualam ao que ele teria experimentado se estivesse a bordo de uma embarcação de controle”, os cientistas.
Isso acontece por causa de um caleidoscópio – aparelho óptico que mostra combinações variadas da luz graças ao reflexo em espelhos – disposto em camadas ao redor do robô. É ele que possibilita “sentir” a resistência da água e a proximidade do que existe ao redor.
Desbravando a História
O robô começou uma turnê de mergulhos no Mediterrâneo em setembro de 2021. Ele buscava os destroços de dois acidentes: o envolvendo aeronave P-38 Lightning, que caiu durante a Segunda Guerra Mundial (a 40 metros da superfície); e o do submarino Le Protée (a 124 metros).
Também vasculhou o navio romano Le Francesco Crispi, que naufragou no século II em Aléria, na Itália. A embarcação estava a 500 metros de profundidade. “Você se aproxima muito da estrutura e algo incrível acontece quando você a toca: você realmente a sente”, disse Oussama Khatib, roboticista de Stanford.
Ainda há muito a desbravar. A equipe já planeja novas expedições em diversos locais do mundo, incluindo cidades perdidas enterradas em lagos profundos, recifes de corais e naufrágios fora do alcance humano.
Em fevereiro, o robô colocou uma placa no fundo do mar que dizia: “o primeiro toque de um robô no fundo do mar; um vasto mundo novo para os humanos explorarem”.