Mais do que o artilheiro da estreia do Brasil na Copa do Catar, o atacante Richarlison também é um ponto fora da curva no futebol. Ele usa sua imagem e voz para impulsionar pautas sociais e projetos contra o racismo e de apoio à ciência e ao ambiente.
Na pandemia, o camisa 9 da seleção se tornou o primeiro embaixador do projeto , programa criado pela Universidade de São Paulo para arrecadar fundos e apoiar as pesquisas sobre a Covid-19.
Além de contribuir com doações e mobilizações periódicas, o jogador de 25 anos leiloou uma chuteira para o projeto. Ele usou o objeto na semifinal Copa América que disputou contra o Peru, em julho de 2021.
A Nike personalizou o tênis para o atacante: está escrito Ciência USP, o perfil de divulgação científica da universidade no Twitter. À época, o para o projeto.
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Em entrevista ao , Richarlison conta que decidiu aderir ao projeto ao se deparar com a falta de informações sobre o vírus quando a pandemia começou, em março de 2020.
“Eu fiquei muito inquieto preso dentro de casa sem saber direito o que fazer”, conta. “Aí, junto com meu staff resolvi concentrar as ações em um só lugar e na divulgação de informação correta e útil para o povo, usando minhas redes sociais e minhas aparições na imprensa também”.
O programa USP Vida arrecadou quase R$ 20 milhões entre dinheiro e materiais de pesquisa. “Tenho certeza de que tudo o que a USP fez naquele período teve um impacto muito grande para a melhora da situação tão triste que a gente viveu no Brasil”, disse o capixaba de Nova Venécia (ES).
Falar sem medo
O engajamento durante a pandemia não foi uma exceção. Nos últimos anos, o atacante do Tottenham (Inglaterra) falou sobre a morte de George Floyd, nos EUA, e os inúmeros casos de racismo no futebol. Também discutiu o e as queimadas no Pantanal.
Ainda assim, Richarlison não se considera politizado. “Só me conscientizei do que eu posso fazer, até onde a minha voz pode chegar e quem eu quero ajudar”, esclareceu. “Enquanto puder fazer algo para mudar meu país para melhor, eu vou estar aqui para colocar a boca no mundo e gritar mesmo”.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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