[Review] Xiaomi Mi Band: uma pulseira fitness boa e barata com um software limitado
O que é?
Design
A Mi Band é composta por duas partes: uma pulseira de borracha preta com um espaço no meio, onde é encaixada a outra parte, um módulo com os sensores e três LEDs.Configurando
A primeira coisa a se fazer ao tirar a Mi Band da caixa é recarregar a bateria do módulo. Após duas horas ligado na USB do seu computador, ele está pronto para ser encaixado na pulseira.Antes de usar, você ainda precisa instalar o app do Mi Fit (disponível para e ) e conectar a pulseira a seu smartphone. A conexão é feita por Bluetooth e não há NFC para facilitar o processo — a Smartband da Sony, por exemplo, usa a tecnologia para “encontrar” a pulseira com mais facilidade.
Eu testei a Mi Band com quatro smartphones: Xiaomi Redmi 2, Motorola Moto G, Moto X Force e Samsung Galaxy On7. Nos dois primeiros, o smartphone teve um pouco de dificuldade para encontrar a pulseira; no Moto G, eu ainda preciso desligar e ligar o Bluetooth com certa frequência para ela sincronizar com o app. Nos outros dois, tudo correu sem grandes problemas.
Depois de conectar a pulseira, você pode usar o app para mudar sua meta de passos, programar alarmes, definir notificações e configurar o desbloqueio inteligente – em aparelhos da Xiaomi, o recurso é automático; em outros Androids, ele usa o Smart Lock do próprio sistema; no iPhone, ele está indisponível.Monitorando atividades físicas
Vamos começar pelo uso mais básico da Mi Band: o monitoramento de atividade física. Isso funciona? Sim. É preciso? Nem tanto. Ao caminhar acompanhando o app, pude perceber que, às vezes, a pulseira conta dois passos quando apenas um foi dado. Além disso, o dispositivo interpreta os “pulos” que o ônibus dá como passos: numa viagem de quarenta minutos sentado, ela “contou” 100 passos. Essas observações confirmam o que e falaram sobre a Mi Band: ela superestima sua atividade física. Como você deve imaginar, a Mi Band precisa dos movimentos do seu braço para “perceber” as atividades físicas. Por isso, exercícios em bicicletas ergométricas, por exemplo, não são registrados. A pulseira também não monitora sua atividade numa esteira se você estiver se segurando nos apoios. Você não precisa abrir o app para ter uma ideia de quanto andou no dia: o módulo da Mi Band tem três LEDs que indicam seu progresso em direção à meta de atividades físicas: um LED piscante quer dizer que você ainda não chegou a um terço da sua meta; um aceso e outro piscante, você cumpriu um terço da sua meta; dois acesos e um piscante, dois terços da meta. A pulseira vibra quando você atinge sua meta no dia, que pode ser um valor entre 2.000 e 30.000 passos, com incrementos de 1.000. Os LEDs só acendem com um movimento parecido ao de ver as horas em um relógio de pulso. O problema é que nem sempre a Mi Band interpreta esse movimento direito. Várias vezes você fica parado, encarando o módulo, e nada dos LEDs acenderem, aí tem que repetir o movimento, abaixa o braço, ergue o braço etc. Além disso, é bem difícil enxergar os LEDs sob a luz do sol. No entanto, abrir o app dá mais informações. Ele vai além da somatória de passos e lista caminhadas e corridas que você fez. Nas últimas horas do dia, ele também mostra quantos passos faltam para atingir a meta.Monitorando sono
Atividades físicas não são a única coisa que a Mi Band monitora. Ela também registra informações sobre sono: tempo total e períodos de sono leve ou pesado, de acordo com seus movimentos. Uma vantagem é que a Mi Band registra automaticamente esses dados. A Smartband da Sony, por exemplo, exige que você ative o modo noturno para que ela monitore o sono. Com a pulseira da Xiaomi, você não precisa se preocupar com isso: basta deitar e dormir usando o dispositivo. A precisão, aqui, é bastante aceitável. Em um mês de uso, só lembro de duas ou três vezes em que a Mi Band “errou” a hora em que eu tinha dormido — em todo caso, você pode editar o horário em que você foi dormir e em que acordou. A somatória de sono pesado e sono leve também teve coerência com a qualidade do meu sono. A Mi Band também funciona como despertador: ela permite configurar três alarmes através do app Mi Fit e conta com a função de alarme inteligente — a pulseira “presta atenção” em como está seu sono na meia hora antes do horário programado e vibra quando percebe que seu sono está leve, para um despertar mais natural.Outras funções
O Mi Fit também tem a opção de fazer sua Mi Band vibrar quando chegam notificações de aplicativos e quando o celular recebe uma ligação. No caso das notificações, você pode escolher até três aplicativos para ser avisado através da pulseira. Eu configurei três mensageiros (WhatsApp, Telegram e Messenger) e nem sempre o Mi Fit conseguiu fazer a pulseira vibrar. Já as notificações de ligações funcionaram bem.Como eu uso o Pushbullet para ser avisado na tela do computador das notificações no meu smartphone, esse recurso da Mi Band não é essencial. Se as notificações na pulseira são importantes para você, talvez seja melhor procurar outro app para Android. Mi Band Notify (grátis) e (R$ 5,99), ambos com avaliações superiores a quatro estrelas na Play Store, permitem colocar um número ilimitado de apps e ainda escolher cores do LED personalizadas para cada um deles, além de muitos outros recursos.
Outro recurso da Mi Band que pode ser usado em smartphones com Android é o desbloqueio automático. Ao estar com a Mi Band no pulso, você não precisa desenhar padrões ou digitar senhas para desbloquear seu aparelho. Em dispositivos da própria Xiaomi, com o sistema MIUI 7, a configuração é bem simples: basta ativar o recurso no app Mi Fit e pronto. Em outros aparelhos Android, a pulseira da Xiaomi faz uso desse recurso Smart Lock do sistema operacional, que permite que qualquer dispositivo Bluetooth seja usado para pular os bloqueios do smartphone. O processo é um pouco mais complicado: você tem que abrir o Mi Fit, ir até Configurações e encontrar a opção de desbloqueio. Ela vai te levar até uma página para conectar a Mi Band. Em alguns dispositivos, o botão de conectar dispositivo fica parcialmente encoberto; eu descobri meio por acaso que era ali que eu tinha que tocar. Depois de conectar, o app te leva para as configurações do Smart Lock. Bem, funciona: você realmente não precisa mais do padrão ou da senha para desbloquear. Mas tome cuidado, pois fica muito mais fácil desbloquear acidentalmente seu smartphone no bolso, principalmente em smartphones da Motorola, que ligam a tela sozinhos. Isso aconteceu duas vezes comigo. Em uma delas, ativei o modo avião sem querer e só percebi depois, quando peguei o aparelho. Por fim, a bateria. A Xiaomi promete um mês sem precisar recarregar. E cumpre: estou há 32 dias usando a minha Mi Band e ela ainda está com 30% da bateria. Eu desativei as notificações de aplicativos e ligações. Com elas ligadas, o consumo certamente seria maior, já que vibrações são o que mais gastam bateria no dispositivo – mas ainda assim estaria dentro do prometido.