[Review] Logitech K835 TKL: teclado mecânico compacto é opção de entrada para quem digita muito

O periférico tem formato "10 teclas a menos" e traz digitação precisa, podendo ser a indicação ideal para trabalho e produtividade.
Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil
Imagens: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

A Logitech se tornou uma referência no mercado de periféricos de computador, seja para o público gamer ou quem busca alcançar mais produtividade. A companhia também tem apostado em um meio termo entre esses dois públicos, e uma novidade recente que comprova essa afirmação é o Logitech K835 TKL.

Este é um teclado do tipo mecânico focado especificamente para quem digita muito e quer aproveitar as vantagens de um acessório que, além de mais duradouro, é mais preciso na digitação. O produto ainda se destaca por ter um corpo de alumínio finíssimo, ideal para consumidores que desejam algo mais minimalista e ao mesmo tempo robusto.

Por sinal, robusto também é o preço: R$ 499,90 na loja oficial da Logitech. Será que por esse preço vale a pena? Eu tenho usado o K835 TKL durante meus dias de trabalho em casa, e neste review eu conto como tem sido minha experiência.

Logitech K835 TKL

O que é
Um teclado do tipo mecânico mais compacto e voltado para produtividade

Preço
Sugerido: R$ 499,90. No varejo: em média, R$ 350

Gostei
Excelente construção e estrutura em alumínio; digitação precisa e silenciosa; também funciona muito bem em alguns games

Não gostei
Cabo de conexão é curto; não tem Bluetooth; sem retroiluminação; por esse preço, há opções mais vantajosas no mercado

Design e conectividade

Eu já gostava bastante do design dos teclados da Logitech — entre os meus favoritos estão o MX Keys e o compacto K380. Para o K835 TKL, a fabricante mantém uma construção premium, sendo que a estrutura principal é toda de alumínio e tem uma cobertura em cinza chumbo que deve combinar com a maioria dos ambientes. Os cantos são arredondados e a base das teclas fica à mostra, o que particularmente me agrada em teclados mecânicos. Já as teclas são em um tom mais escuro do que a base, aumentando essa sensação de produto topo de linha.

O K835 TKL é ligeiramente mais alto na parte superior, e vai diminuindo sua profundidade até a parte inferior. Ele vem com dois pezinhos na parte traseira para aumentar um pouco mais esse ângulo de inclinação, que pode ficar entre 4° e 8° mais alto, auxiliando na digitação. Além disso, o sufixo “TKL” não é em vão: é uma referência à expressão “Ten Key Less”, ou “10 teclas a menos”, na tradução livre. Ou seja, ele não possui os botões numéricos à direita. A Logitech ainda diz que as teclas aguentam até 50 milhões de toques e que a impressão dos caracteres não desbota com o tempo.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

A conexão é feita por um cabo emborrachado com conexão USB do Tipo-A na parte superior. Pensando pelo lado da produtividade, até que não faz tanta diferença esse quesito, já que a maioria das pessoas simplesmente vai deixar o teclado paradinho em um canto. Mas, sinceramente, eu preferiria que houvesse uma opção Bluetooth, pois já que o produto é compacto, eu o levaria tranquilamente em viagens (depois da pandemia, lógico!) para melhorar a digitação. Soma-se a isso o fato do cabo não ser removível e ter apenas 1,5 metro de comprimento, o que pode dificultar a conexão dependendo da posição do notebook ou PC.

Segundo a Logitech, o K835 TKL é compatível com Windows 7, 8 e 10. No entanto, durante todo o meu período de testes eu venho usando o teclado em um MacBook Pro de 2019 conectado a um adaptador e não tenho do que reclamar. De início foi um pouco diferente decorar a posição das teclas no macOS, mas de resto foi tranquilo. Ah, e o K835 TKL não tem nenhum software específico, seja para funcionar ou modificar a disposição das teclas. É só conectar com o cabo e começar a usar.

Teclado e ergonomia

Quem nunca experimentou um teclado de tamanho reduzido talvez estranhe a experiência nos primeiros dias, principalmente porque muitos atalhos só são ativados mediante o uso de duas ou mais teclas. Eu já usava aqui em casa um Anne Pro 2, que é um teclado ainda menor, com apenas 60% das teclas, então não foi muito difícil me adaptar ao K835 TKL. Só tenha em mente isso: você vai precisar usar a tecla Função (“fn”) para praticamente tudo que envolva atalhos — ela fica do lado direito do teclado, o que pode não ser muito ergonômico à primeira vista. É tudo questão de costume mesmo, e isso não é um ponto negativo, uma vez que a proposta do periférico é ser mais compacto. Logo, algumas coisas tinham que ficar de fora.

Outro detalhe importante: o K835 TKL não é vendido no padrão ABNT 2. Para o Brasil, é o mesmo modelo vendido nos Estados Unidos, sem a tecla de cedilha (“ç”). Isso também não deve ser um problema, principalmente se você já faz uso de algum teclado mecânico menor. De novo: leva um certo tempo até se acostumar a esse tipo de periférico sem tantas teclas, mas depois a utilização é tão eficiente quanto modelos mais tradicionais.

A digitação é bem precisa e muito silenciosa graças aos switches mecânicos vermelhos (que vamos falar mais adiante). O formato levemente curvado das teclas com certeza dá mais exatidão aos comando, diminuindo as chances de esbarrar em alguma outra tecla por engano. Contudo, confesso que não foi muito confortável digitar por horas seguidas no K835 TKL sem um apoio de pulso por perto. Teclados mecânicos costumam ser mais altos do que modelos tradicionais. E mesmo com os braços apoiados na mesa, o teclado da Logitech, que já é mais baixo, começa a incomodar com poucas horas de uso. No mais, se você tiver algo para apoiar seu pulso, esse é um dos melhores teclados para quem tem digitação intensa. O que eu senti falta no K835 TKL foi de um sistema de retroiluminação. Não só por ter um teclado mais caro para aquilo que ele se propõe, mas também porque ajuda na digitação noturna.

É gamer?

Tecnicamente, teclados mecânicos, só por serem mecânicos, já são ótimas opções para quem joga no PC. No caso do K835 TKL, me surpreendi com os resultados. Destiny 2, Borderlands 3 e Fortnite foram alguns títulos que eu joguei usando o periférico, e em nenhum deles o produto deixou a desejar quanto à precisão e execução dos comandos. Como eu não fico com o braço parado quando comparado à digitação constante, eu dispensei o apoio de pulso. Então sim, o K835 TKL é uma opção viável para jogos. Parte desse resultado positivo se dá pelo tipo de switch usado no produto. A Logitech vende o K835 TKL em duas opções: switches vermelhos, para uma digitação linear e mais silenciosa; e switches azuis, para uma sensação mais tátil e com aquele barulho típico dos teclados — lembra muito o som de antigas máquinas de escrever.

Eu não sou gamer, mas em uma rápida pesquisa na internet, dá para encontrar artigos que explicam a diferença desses switches. O vermelho, que é a versão na minha unidade de testes do K835 TKL, é mais usado principalmente em jogos de tiro em primeira pessoa (FPS), que exigem uma resposta imediata para qualquer comando. Por esse motivo, é um dos tipos mais leves de switch. Por outro lado, eu não senti o mesmo nível de precisão em jogos do tipo MOBA, como League of Legends e Dota 2.

Quero reforçar que o K835 TKL não se posiciona na categoria gamer. A própria Logitech nem faz menção a isso na descrição do produto em seu site oficial. Mas nada impede que você o utilize para jogar seus games, pois o tempo de resposta e precisão são excelentes.

Vale a pena?

O K835 TKL pode ser considerado como uma opção de entrada entre os teclados mecânicos da Logitech. Não chega a ser um G815 ou G613 Lightspeed, que são teclados de tamanho maior; ou do G915 TKL, que também é mais compacto, mas custa três vezes mais. O foco do produto é mesmo na produtividade e quem passa horas digitando. Portanto, ele pode ser o periférico indicado para aqueles consumidores que desejam ter a primeira experiência com um teclado mecânico sem ter de pagar quase mil reais por isso. Desde que eles tenham em mente outra coisa: é um teclado que não possui todas as teclas, e tem que ter um pouco de paciência para se acostumar à essa disposição reduzida.

Em contrapartida, eu não recomendaria o Logitech K835 TKL sabendo que existem opções melhores no mercado, algumas delas custando até menos. O próprio Anne Pro 2 é uma alternativa super viável e custa, em média, R$ 420 em sites chineses. O único ponto de atenção é na escolha dos switches. Como o K835 TKL é para digitação, os melhores são os switches azul ou marrom. Claro, tem também o fato de é um teclado menor do que a opção da Logitech, mas que ainda assim entrega as mesmas coisas de forma mais eficiente — e com RGB e conexão sem fio. Se mesmo assim você se interessou pelo K835 TKL, pode fazer seu investimento sem preocupações. A Logitech é uma marca confiável e sabe construir muito bem produtos com segurança e robustez. E o K835 TKL não foge a essa regra.

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