[Review] Samsung Galaxy S8: ditando o ritmo do jogo
Análise do Galaxy S8, smartphone topo de linha da Samsung com preço sugerido de R$ 3.999
Quando se fala em smartphones de ponta, dois nomes aparecem na cabeça da maioria dos consumidores: iPhone e Galaxy S. Por muito tempo, a Samsung correu atrás da Apple na disputa e em muitos aspectos o celular americano se saía melhor. Foi só a partir do Galaxy S6 que a companhia sul-coreana começou a diminuir a lacuna e tornar o Android realmente interessante para quem procura um produto de altíssimo desempenho. Mas ainda faltava uma coisa: elegância. O Galaxy S7 veio com a afirmação de design que estava faltando.
Agora, com o Galaxy S8, a companhia passa a ditar o rumo dos modelos premium – e muito embora a LG tenha sido a primeira fabricante a lançar um smartphone com tela de proporção 18:9, a Samsung é quem está dando as cartas do jogo, tanto por participação e influência no mercado, como por qualidade e polimento do seu produto.
É a primeira vez que esperamos pela “reação” da Apple ao modelo da Samsung. Ainda faltam alguns meses para que o novo iPhone seja revelado e os rumores indicam que ele seguirá essa tendência de tela comprida que preenche a parte frontal do dispositivo. Enquanto isso, a Samsung tem a oportunidade de atrair quem está balançado entre Android e iOS.
Passei as últimas semanas usando o Galaxy S8 e estas são as minhas impressões:
O que é
O Galaxy S8 é o que há de melhor não apenas entre os modelos da Samsung, mas em todo o mercado de smartphones. É para quem quer ter o melhor, e está disposto a pagar caro por isso: o celular não é nada barato, com preço sugerido de R$ 3.999,00. Ele ainda está na pré-venda, o envio e a venda no varejo começa no dia 14 de maio, dia das mães.
Tela: Super AMOLED (1440 x 2960 pixels) de 5,8 polegadas
Processador: Exynos 8895 octa-core (quatro núcleos de 2.3 GHz e outros quatro de 1.7 GHz)
GPU: Mali-G71 MP20
RAM: 4 GB
Armazenamento: 64 GB (expansível com cartão microSD de até 256 GB)
Câmera traseira: 12MP, f/1.7 e flash LED
Câmera frontal: 8 MP, f/1.7
Bateria: 3.000 mAh (não removível)
Sistema operacional: Android 7.0 Nougat
Dimensões: 148,9 x 68,1 x 8 mm (altura x largura x profundidade)
Peso: 155 g
Usando
A primeira reação de todo mundo que vê o aparelho é: “nossa, que telão!”. 5,8 polegadas não é pouca coisa e em um celular qualquer você já imaginaria um trambolho na mão, difícil de segurar. Como a tela do Galaxy S8 cresceu só pra cima, a pegada dele é bem confortável e o encaixe é decente graças aos cantos arredondados na traseira de vidro. O metal das bordam também ajuda a manter uma pegada firme.Depois de praticamente duas semanas olhando para essa tela que ocupa quase toda a parte frontal, vai ser difícil voltar para o meu smartphone do dia a dia. Vai parecer que eu voltei no tempo ou que decidi comprar um produto lançado há muitos anos. No final das contas, essa é a sensação que tive ao usar o Galaxy S8: daqui pra frente, os celulares serão desse jeito.
E se no ano passado dissemos que o Galaxy S7 era o Android próximo à perfeição, neste ano a história se repete. Apesar das qualidades na construção, um elemento incomoda bastante: a posição do leitor de impressão digital. A ideia de colocar ela do lado da câmera foi boa visualmente, mas na prática isso significa que muitas vezes você colocará o dedo em cima da lente. Fora que, as pessoas com mãos pequenas terão dificuldade de alcançá-lo – e isso é ainda pior do Galaxy S8+, a versão maior do aparelho. Além disso, já usei sensores mais rápidos e preciso do que esse, como o do Moto G5 ou até mesmo do iPhone 6S.
O botão “home” físico já não existe mais e a tela tomou conta desse espaço. Mas, na verdade, o botão de início continua no centro e agora responde à pressão. Alguns rumores apontam que a Samsung planejava colocar o sensor de impressão digital ali, mas a tecnologia não ficou pronta a tempo. O fato de ele responder à pressão é um bom indício de que realmente não deu tempo de fazer do jeito que eles planejavam.
Outra opção para o usuário é a utilização do leitor de íris, outra ferramenta de autenticação biométrica. Acontece que essa opção não funciona bem para pessoas que, assim como eu, usam óculos. Convenhamos que seria bem estranho levantar meus óculos sempre que precisasse desbloquear meu celular. Ah, e você precisa ainda abrir um pouco os olhos, o que rende expressões faciais bizarras. Se torna mais um daqueles truques divertidos para mostrar para os amigos, mas que no dia a dia não vão te ajudar em nada. A boa notícia é que, uma vez implementada a tecnologia num produto, a tendência é que ela se aprimore nas próximas versões.
Há um detalhe importante: a quantidade de conteúdo disponível para aproveitar a tela com proporção 18:9. A maioria dos conteúdos disponíveis nos sites, no Netflix e no YouTube estão num formato 16:9, o que significa que você verá duas barras pretas nos cantos do aparelho. Dá uma sensação de desperdício de espaço e, se você quiser, pode apertar um botão para preencher esse espaço com um “zoom” no conteúdo. Diretores de cinema ficariam enojados com essa escolha, pelo fato de parte da cena ser cortada na parte superior e inferior – e aí você pode perder alguns elementos chave ou detalhes de uma narrativa. Mas, claro, conteúdos que encaixem melhor na tela virão com o tempo. Uma frustração que tive e que não deve ser corrigida com facilidade foi no Instagram: ao visualizar Stories dos meus amigos, os cantos eram comidos – alguns textos adicionados na história ficavam de fora, e aí não dava para entender parte da intenção da mensagem da pessoa. Mas em termos de imagem, comparado com outros celulares disponíveis por aí, a tela do AMOLED do S8 é bem mais brilhante e vívida.