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[Review] Galaxy S10+: baita evolução e com preço interessante um tempo após a estreia

Alguns meses após o lançamento, é possível achar Galaxy S10+ com desconto de até R$ 2.000. Já é um baita celular. Agora, com preço menor, fica melhor ainda.

Smartphone Galaxy S10 Plus

Fotos por Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

No lançamento do Galaxy S10, a estrela foi o Galaxy Fold. Após alguns meses, o Fold ainda não foi lançado, mas o Galaxy S10 (somando suas três versões) já vendeu 16 milhões de unidades entre março e maio, segundo dados da consultoria de mercado . Na minha cabeça, a versão mais vendida seria a mais barata, o S10e, porém o mais comercializado foi justamente a mais cara, o S10+.

Passado um tempo do lançamento, você pode estar se perguntando, por que isso? Como um aparelho tão caro pode ser a versão mais vendida da série Galaxy S do ano? Fiquei um tempo com o Galaxy S10+ e, de cara, dá para afirmar que é um baita celular: da sua construção até as alterações de software que a Samsung trouxe para esta versão.

Então, abaixo vai um resumão da minha experiência com o aparelho topo de linha da Samsung do primeiro semestre – o do segundo semestre, deve ser o Galaxy Note 10, que deve ser anunciado agora em 7 de agosto. Além disso, devemos ainda considerar que um tempo após o lançamento, o S10 está finalmente em um patamar de preço mais aceitável que em sua estreia. Então, se você tem curiosidade de comprar um, talvez esta seja a hora de ficar de olho nele.

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Visual estiloso

O Galaxy S10+ é um sanduíche de vidro e com uma pegada boa — pelo menos nas duas semanas que eu o utilizei, não houve nenhum risco de queda. A unidade testada era na cor branca, o que me deixou um pouco intrigado no início. O último telefone branco que tive foi um iPhone 4s e, confesso, que após um tempo passei a ter bode dele (a Apple foi uma das pioneiras na época, lá pra 2011, quase todo mundo tinha aparelho nessa cor). No caso do S10+, a cor branca tem um diferencial que, dependendo da luz que irradia nela, ele mostra na traseira do aparelho tons em azul ou rosa, o que deixa o corpo do aparelho bem bacana.

Isso aqui é branco ou azul? Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

Aliás, é impressionante como a cor foi um fator determinante para as pessoas que me viam com o aparelho. Meu primo de 10 anos me viu tirando o smartphone do bolso e já logo falou: “caraca, este é um Galaxy S10”. Será que o marketing da Samsung está funcionando ou é só impressão minha?

A tela de 6,4 polegadas QuadHD+ ocupa praticamente toda a parte frontal do dispositivo, que não tem bordas. A única intervenção na tela é a dupla de câmeras posicionada na parte superior, como se fosse um par de olhos. Aliás, é na própria tela que a Samsung também colocou seu sensor de impressão digital. Ele é bem preciso para a primeira versão da tecnologia, mas ainda tem espaço para melhoria.

Os olhos do Galaxy S10 Plus. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

O grau de acerto é bem alto, mas eventualmente quando meu dedo estava um pouco mais sujo, dava um leve engasgada. Nada demais. Foi só um processo que me lembrou a primeira geração de sensores de digitais em smartphones que eram muito bons, mas não perfeitos.

Dentre as marcas, a Samsung é uma das poucas que ainda mantém o conector de fone de ouvido convencional (o que deve acabar agora com o Galaxy Note 10). Além disso, há a entrada USB-C para carregamento rápido da bateria de 4.100 mAh.

De modo geral, carregá-lo completamente, leva um certo tempo, algo na casa das 1h30 min sem mexer com o carregador de 15W (é bem melhor que o de 5W que vem em aparelhos da Apple, mas bem abaixo do de 40W do Huawei P30 Pro). Já quanto à autonomia, nos testes do Gizmodo US, ele aguentou 15,5 horas – na minha experiência, isso deu o equivalente a um dia e meio, considerando, obviamente, umas 7 horas de sono. Nesse tempo, usei Spotify via 4G nos meus trajetos, vi muitas historinhas no Instagram, atualizei bastante a timeline do Twitter e eventualmente assisti a algum vídeo no YouTube usando 4G. Lógico, passei a maior parte do tempo em redes Wi-Fi.

Por último e não menos importante, o PowerShare sem fio é um recurso bem bacana. É necessário ativá-lo para, então, posicionar algum aparelho na traseira do dispositivo para carregá-lo. Óbvio que este processo é só para dar uma carga no outro aparelho e ele não deixa compartilhar carga se o próprio Galaxy S10+ estiver menos de 30%. De qualquer jeito, imagino, para a Samsung é algo significativo, pois é possível carregar, inclusive, aparelhos Apple compatíveis com carregamento sem fio Qi, portanto os últimos iPhones desde o iPhone 8. Inclusive, o carregamento é em 5W, que é o mesmo do carregador que acompanha os aparelhos da Apple.

Smartphone novo, interface nova

Pessoalmente, eu nunca gostei da interface gráfica da Samsung, porém é necessário reconhecer o bom trabalho da companhia sul-coreana com a One UI, presente no Galaxy S10+ e em outros smartphones da empresa. Para começar, o usuário tem a opção de usar os botões clássicos do Android ou usar gestos, como os do iPhone X para navegar. Optando por gestos, você ganha um pouco mais de tela abaixo e, confesso, não foi muito difícil me acostumar.

A Samsung demonstra que estudou minimamente o usuário e passou a facilitar o acesso a botões e menus ao utilizar o smartphone com apenas uma mão. As opções do menu Configurações, por exemplo, são bem espalhadas pela tela, de modo que não é necessário fazer malabarismos para alcançar algum item. Além disso, a companhia priorizou ícones grandes na tela inicial. No meu Pixel 3 XL, a tela inicial suporta cinco apps em linha, enquanto no sistema da Samsung apenas três. No fim das contas, achei bem bom, pois costumo manter um monte de apps e isso me forçou a colocar os que mais uso mesmo.

Por padrão, poucos apps. Isso ajuda a alcançar mais facilmente os ícones. Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

Outro detalhe da personalização da Samsung são as notificações. Ao receber mensagens no WhatsApp e ao dispensar a notificação, ele já marca como lida. Isso pra mim é uma melhoria significativa comparado com o Android puro do Pixel 3 XL, pois mesmo dispensando, ao receber uma nova mensagem, aparece a anterior e a atual nas notificações.

O Galaxy S10+ também vem com um modo noturno, que ajuda a causar menos incômodo nos olhos e economizar um pouco de bateria. Ele funciona apenas em apps nativos da Samsung, então se você quiser acessar um site pelo Chrome, ele vai mostrar, por exemplo, o Gizmodo com fundo branco. Para ter o fundo escuro, tem que usar o navegador da Samsung. E, olha, até que ele não faz um trabalho ruim. Eventualmente, alguns itens ficam perdidos, mas a experiência é satisfatória — veja, não é todo mundo que tem o modo habilitado, então o navegador força o modo noturno. Então, nada mal para um mundo em que muitos fundos são brancos.

O modo noturno do navegador sobrepõe o logotipo das páginas. Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

Algo que me incomodou no sistema foi uma certa insistência ao querer ler notificações. Em tempo, usei na maior parte do tempo o fone de ouvido USB-C do Pixel 3XL (o fone AKG que acompanha o Galaxy S10+ é bem bom, mas acabei usando o meu na maior parte do tempo). Então, enquanto ouvia música e ia aumentando o volume, em alguns momentos, ele entendia que eu queria que ele lesse as notificações para mim.

Câmeras para dar e vender

Em 2019, não tem jeito: quase todo mundo entrou na onda do pós-processamento de imagem. Então, os conjuntos de câmeras contam com bons sensores e muito software por trás para melhorar as imagens. A Samsung apostou nesses dois fatores. Falando apenas da traseira, são três os sensores:

– Teleobjetiva de 12 megapixels (f/2.4) com estabilização óptica;
– Grande angular de 16 megapixels (f/1.5 – f/2.4) com estabilização óptica;
– Ultra grande angular de 16 megapixels (f/2.2) com zoom óptico com campo de visão de 123 graus

Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

A ultra grande angular é aquela beleza, né? A ideia é captar maior espaço sem precisar tomar tanta distância do objeto. Funciona bem na maioria das vezes — em algumas vezes, ele dá uma distorcida em formas geométricas, mas que deixam a imagem interessante. Em outras, não fica tão legal. De qualquer jeito, faz toda a diferença quando não se tem muito espaço para fotografar.

A outra dupla de sensores é a que você deve usar mais vezes, pois são usadas em cenas mais convencionais, como retratos ou paisagens que você não precisar dar um passo para trás.

O que mais me impressionou no conjunto de câmeras foi o modo noturno. A primeira foto que tirei já fiquei bem impressionado, pois era 19h, estava escuro e o S10+ capturou bons detalhes das árvores, além de estilizar os automóveis em movimento em segundo plano. Tudo isso no modo automático.

Enquanto usava o aparelho, a Samsung liberou uma atualização para o modo noturno. No início, ele só aparecia quando a cena estava bem escura. Com o tempo, passou a ser uma função que o usuário poderia selecionar.

Importante lembrar que além dos múltiplos sensores, o software de câmera da Samsung ajuda bastante no processamento computacional das imagens. Ainda que os algoritmos melhorem bem as fotos, não dá para fazer milagre: tem que haver algum tipo de luz para ter uma boa foto. O S10+ se saiu bem na maioria das vezes. Em uma foto noturna no Masp, a imagem teve um bom balanço de iluminação e cor. Nesse caso, havia tanto a iluminação da avenida Paulista como a dos faróis dos carros, mesmo assim, nenhuma luz ficou super estourada.

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Em fotos de paisagens noturnas, o céu em alguns momentos ficou roxo, o que não correspondia com a cena original. No entanto, o nível de definição das fotos é bem aceitável.

A título de curiosidade, quis comparar uma imagem tirada com o meu Pixel 3XL, com apenas uma câmera na traseira no modo noturno, e a do Galaxy S10+ no mesmo modo.

Foto tirada com o Galaxy S10 Plus no modo noturno

Foto tirada com o Pixel 3 XL no modo noturno

A do Pixel 3XL ficou um pouco mais clara, enquanto a do S10+ um pouco mais escura. Além disso, o sensor do smartphone da Samsung parece ter por padrão um pouco mais de zoom. Se você me perguntasse qual é a mais próxima da realidade, a resposta seria a do S10+. Agora, qual delas é mais bonita, eu acho que o Pixel 3XL ganha por um triz, pelas cores e detalhes dos objetos.

Durante o dia, não tem nem o que falar. Se smartphones de gama intermediária já tiram fotos boas nessas condições, o S10+ nada de braçada. O nível de detalhamento é bom e o software acaba ressaltando cores quentes, aumentando consideravelmente o contraste. É bonito de se ver, mas puristas poderão dizer que não corresponde à realidade. Outro recurso interessante da câmera é o best shot, que sugere a melhor cena baseado em regras da fotografia.

O recurso sugestão de quadros oferece orientação profissional para fotos impressionantes. A partir das regras da fotografia utilizadas pelos profissionais, o aprendizado de máquina avançado guia você para uma composição fotográfica ideal baseada na análise de mais de 100 milhões de fotos de alta qualidade.

Se seu negócio é tirar fotos no modo retrato, o S10+ manda muito que bem, sobretudo nas imagens tiradas durante o dia. O software conseguiu “recortar” com perfeição a maior parte do objeto de cena — no caso, eu. O único problema foi na região do meu ombro direito, em que houve um pequeno borrão. Enfim, um detalhe, mas que é possível reparar só dando um zoom na foto.

E as selfies? As selfies com o sistema de câmera dupla manda bem. Um sensor é para captar informações de profundidade na cena, enquanto o outro é o sensor principal. Em retratos, é possível aplicar diferentes efeitos, como desfoque, spin e pontos de cor. Pessoalmente, não sou muito de selfie, então fui de desfoque, que é o mais tradicional.

As fotos saem com bastante nível de detalhamento de imperfeições no rosto — é possível, por exemplo, ver detalhes de pelos de barba mal-feita. No entanto, é possível minimizar isso com o modo suavizar. Mesmo à noite, as selfies saem boas, inclusive desfocando o fundo com bastante fidelidade.

Vale ou não?

O Galaxy S10+ é o melhor smartphone já feito pela Samsung até o momento e, com as novas atualizações de software, ele se torna uma das melhores opções disponíveis no mercado local, sobretudo pela queda acentuada do preço.

Na estreia, o Galaxy S10+ de 128 GB, o mesmo modelo que testei, era vendido por R$ 5.499. Este mesmo aparelho agora pode ser achado em varejistas por cerca de R$ 3.400 — isso mesmo, quase R$ 2.000 a menos.

Pelo menos na minha cabeça, a escolha entre ele e o Huawei P30 Pro ocorre por uma questão de detalhe. Com os dois aparelhos na mão, acho o S10+ mais elegante e uma experiência mais amigável para o consumidor já acostumado com a Samsung, porém o P30 Pro tem recursos de câmera únicos (como um zoom potente, capaz até de fotografar a Lua sem um tripé), além de opções de cores interessantes e um carregador superpotente.

A escolha entre os dois smartphones tops de linha do mercado brasileiro vai totalmente do gosto do freguês.

Galaxy S10+
Tela: 6,4’’ (19:9/438 ppi).
Sistema Android 9.0 (Pie) com interface OneUI.
Câmeras: dois sensores 12 megapixels e um de 16 megapixels (traseira) e um sensor para selfie de 10 megapixels.
Memórias:  6GB/8 GB de RAM/12 GB de RAM e opções de 128 GB/512 GB/1 TB de armazenamento.
Sensores: acelerômetro, barômetro, leitor ultrassônico de impressão digital, sensor de giroscópio, sensor geomagnético, sensor hall, sensor de frequência cardíaca, sensor de proximidade, sensor de luz RGB.
Rede: Wi-Fi 6, Bluetooth 5.0 e LTE Cat 20.
Bateria: 4.100 mAh.
Dimensões: 74,1 x 157,6 x 7,8mm, 175g

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