[Review] Astro A20: headset gamer agora funciona com PS5 e Xbox Series X|S, mas traz poucos diferenciais

Em sua segunda geração, o acessório mantém sua estrutura mais robusta e conectividade com os consoles. Mas há alguns poréns.
Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil
Imagens: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Com a chegada do PlayStation 5 e Xbox Series X|S, era natural que surgissem novos periféricos compatíveis com os consoles de última geração. Entre os acessórios mais populares estão os headsets, e a Astro Gaming não perdeu tempo em anunciar o Astro A20. Em sua segunda geração, o fone wireless se inspira nos modelos mais caros da marca para entregar uma experiência quase premium, em versões para PlayStation e Xbox.

E bota premium nisso, já que a Logitech, que é dona da Astro Gaming, está vendendo o headset no Brasil por um preço nada acessível: R$ 1.199,90. Eu testei o Astro A20 por cerca de um mês no PS5, PC e Mac, e neste review eu conto como foi minha experiência.

Astro A20

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

O que é
Um headset gamer compatível com PC, Mac e consoles de nova geração

Preço
Sugerido: R$ 1.199,90. No varejo: em média, R$ 850

Gostei
Conexão multiplataforma (com mais de um dongle); funciona muito bem também no PC; vozes e diálogos saem cristalinas; bateria com autonomia satisfatória

Não gostei
Caro; conexão pode apresentar interferências constantes; estrutura superior pode incomodar quem tem cabelo curto; microfone não é removível

Design

A primeira impressão que eu tive ao olhar o Astro A20 de perto não foi a de um headset premium, talvez pela escolha de materiais usados na construção do produto. Mas não se engane: mesmo sendo que inteiro de plástico e borracha, ele é bem robusto e parece aguentar uns bons anos de uso pela frente. É também um headset leve, com apenas 318 gramas. E aqui um detalhe curioso: em alguns momentos, mesmo com a cabeça erguida e olhando reto para a TV, eu posso jurar ter sentido uma das conchas mais pesada do que a outra. Isso possivelmente se deu porque a bateria do acessório fica só de um lado, mas nada que tenha me causado incômodo. A estrutura que fica na parte de cima da cabeça possui uma borracha encorpada que é tão rígida quanto as hastes do headset. Não tem qualquer tipo de amortecimento que torne o uso mais confortável, e com cerca de 1h30 eu já podia sentir o plástico duro do A20 pinicando no couro cabeludo. Quem tem mais cabelo, ou tem o cabelo volumoso, talvez não passe por esse problema. Agora, se você tem o cabelo curtinho como o meu, é melhor programar algumas pausas para tirar o headset antes de voltar à jogatina.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

As conchas auriculares são feitas de espuma e revestidas por um tecido fino que, embora tragam conforto — e aqui eu incluo nós que usamos óculos —, esquentam rapidamente após poucas horas seguidas de utilização. Elas não podem ser removidas e parecem estar coladas na estrutura de plástico do headset. Ou seja, se você algum dia precisar trocá-las, as chances de danificar a área ao redor são grandes. Além isso, elas não isolam totalmente o som externo, e o microfone que fica do lado esquerdo também não é destacável.

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Quanto à flexibilidade, o Astro A20 deve se adaptar bem a todos os tipos de cabeça. O ajuste pode ser feito já com o fone em uso, uma vez que os trilhos em cada lado deslizam facilmente. O microfone é flexível, mas não ao ponto de conseguir dobrá-lo por completo. E nem precisa, uma vez que ele é ativado apenas com o movimento de descer a haste para baixo na direção da sua boca; movendo-a para cima, ele entra no modo silencioso. É o já conhecido sistema “flip-to-mute”.

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Controles e conexão

Seguindo o padrão da maioria dos headsets wireless, o Astro A20 concentra todos os botões em uma única concha. Neste caso, eles ficam do lado direito, e incluem o liga/desliga, “Voice” (voz) e “Game” (jogo). Entre essas duas últimas opções há uma rodinha azul (ou verde, se o headset for para Xbox) para aumentar ou diminuir o volume do jogo e das vozes, dependendo do que você preferir. Há ainda uma entrada USB-C para efetuar a recarga, e a caixa do produto traz um cabo de 1,5 metro para esse processo. Logo abaixo o botão de liga/desliga está um botão de perfil com três modos pré-configurados de áudio. Ao pressioná-lo, você alterna entre os modos Astro, que destaca sons mais graves e costuma ser o mais usado para jogos; modo Pro, que equilibra médios e agudos; e o modo Studio, que é uma opção mais neutra e pode ser interessante para ouvir músicas ou assistir filmes.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

A minha unidade de testes do Astro A20 é compatível com PlayStation 4, PlayStation 5, PC e Mac. Não fosse por uma pequena diferença na maneira como ele se conecta (e isso tem mais a ver com a parte técnica, que não compensa entrar em detalhes), eu poderia dizer que é praticamente a mesma coisa da variante específica para os consoles da Microsoft. O que mais diferencia uma versão da outra são as cores: azul no PlayStation e verde no Xbox. Em ambos os modelos, a conexão é feita por um dongle que fica conectado ao console ou computador. Para a segunda geração do Astro A20, a Logitech trouxe uma novidade: embora a Astro Gaming venda modelos específicos para cada console, você pode sim usar o headset de PS5 em um Xbox, e vice-versa. Para isso, é necessário adquirir um adaptador extra que é vendido separadamente no site da fabricante. Porém, até a publicação deste review, o acessório não estava disponível para compra.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Outra questão importante — e chata, diga-se de passagem: toda vez que você for usar o headset em algum dispositivo, será necessário pareá-lo manualmente a cada conexão. Isso significa que não basta simplesmente remover o dongle do PlayStation, por exemplo, colocá-lo em um computador e pronto. Ao plugar o dongle no PC, você precisa ir lá nas configurações de dispositivos Bluetooth para que seu computador reconheça o headset. Por fim, o que mais me incomodou a respeito da conexão é que, por várias vezes enquanto jogava no PS5, o som parece ter sido desconfigurado e passou a emitir um chiado estridente, como se a conexão estivesse tentando se manter estável. Essa interferência se resolveu ao desligar o headset e ligá-lo novamente. Contudo, por duas vezes isso não foi suficiente, e o problema persistiu até que eu desligasse o console e o fone. E olha que eu estava a cerca de um metro entre a TV e o PlayStation 5, que fica atrás dela.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Pode ser que esse meu caso seja algo pontual ou algum defeito da minha unidade de testes do Astro A20, mas certamente vale ficar atento. Em todo o caso, a fabricante afirma que o periférico tem um alcance de até 15 metros do dongle conector.

Performance e bateria

Na maior parte do tempo, eu usei o Astro A20 jogando no modo Astro, que supostamente deveria aumentar a intensidade dos graves. Os sons saem bem cristalinos, e eu consegui ouvir elementos mesmo à distância de onde o meu personagem estava. No entanto, eu gostaria que os graves fossem realmente mais intensos, pois não senti tanta diferença comparando com os modos Pro e Studio. Ao aumentar o volume, não ouvi nenhum ruído excessivo que fosse perceptível, o que é ótimo se levarmos em consideração que nem todo mundo gosta de jogar com o volume nas alturas.

O que me agradou bastante, e felizmente isso vem da primeira geração do Astro A20, é a clareza com que eu ouvi as vozes. Mesmo com uma musiquinha de fundo, diálogos em games como Dragon Age: Inquisition e Mass Effect: Legendary Edition, que trazem muitas conversas entre personagens, brilharam no headset da Astro. Eu também não passei por nenhuma interferência em Parties no PlayStation 5 com seis ou mais pessoas. Se por um lado faltou potência no ambiente sonoro, para vozes é com certeza um dos melhores headsets que já usei.

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Para a bateria, o Astro A20 promete uma autonomia de 15 horas continuas de uso. Eu consegui fechar as tarefas semanais com meus três personagens em Destiny 2 após nove horas de uso, e ainda me sobrou cerca de sete horas até precisar de uma nova recarga. Isso foi em um único dia; jogando esporadicamente durante a semana, o headset só descarregou após cinco dias. No geral, a autonomia vai depender mesmo do seu estilo de uso. Eu também fiz uso do Astro A20 em um MacBook Pro, e a bateria ficou por esses mesmos números. Usando por cinco horas diárias, somente no final do meu terceiro dia é que o headset avisou sobre a bateria baixa. Inclusive, tem uma função legal no fone que faz com que ele desligue sozinho para poupar energia. Essa ação ocorre cerca de cinco minutos de inatividade. Então mesmo que você esqueça ele ligado de um dia para o outro, o headset desliga automaticamente até a próxima vez que você for ligá-lo.

Vale a pena?

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

A segunda geração do Astro A20 pode ser uma opção viável para quem já tem a primeira versão do acessório há algum tempo e deseja fazer uma atualização sem grandes surpresas. Novatos que estão em busca do primeiro headset gamer, eu recomendo fazer uma pesquisa antes de tomar uma decisão. Pelos R$ 1.199,90 oficiais cobrados na loja da Logitech, definitivamente é uma compra que não vale a pena. Por esse preço, eu colocaria mais R$ 300 na conta e levaria o Logitech G733, que ainda assim é caríssimo, mas tem um acabamento muito melhor, é mais confortável, mais leve e traz o dobro de bateria. O novo Astro A20 já pode ser encontrado em promoções por cerca de R$ 850, que não chega a ser uma facada de preço e pode caber no orçamento de quem está disposto a investir uma grana maior em um headset gamer. Se esse for o seu caso, você levará para casa um fone com bom microfone (para ouvir vozes e falar), peso leve e qualidade de som satisfatória. É verdade que as conchas acústicas e a haste que fica rente à cabeça podem não ser tão confortáveis durante um uso mais prolongado. Mesmo assim, o Astro A20 é uma ótima alternativa para quem já tem ou vai adquirir um Xbox Series X|S ou PlayStation 5.

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