A Amazon segue ampliando seu portfólio de produtos no Brasil. Falando mais especificamente sobre os dongles para TVs, só tínhamos disponível por aqui o Fire TV Stick Lite, que cumpre bem o seu papel, mas perde alguns pontos por não ter suporte para resoluções mais altas. Felizmente, isso mudou: a empresa lançou há algumas semanas o Fire TV Stick 4K, primeiro gadget para streaming da Amazon compatível com Ultra HD.
Além de rodar 4K (desde que você tenha um televisor com essa característica), o aparelho ganhou um controle remoto com botões dedicados para mais comandos e outros serviços streamings, suporte para HDR10+, Dolby Atmos e Dolby Vision, e uma interface repaginada no Fire OS. Tudo isso por R$ 449. Se vale a pena pagar esse valor, é o que eu te conto neste review.
Amazon Fire TV Stick
O que é
O dongle de streaming da Amazon, agora com suporte para 4K
Preço
Sugerido: R$ 449. No varejo: R$ 420
Gostei
Configuração inicial é simples; sistema operacional Fire OS está mais bonito e fácil de usar; controle remoto agora pode controlar a TV
Não gostei
O dongle ainda pode ser grande para a porta HDMI em algumas TVs; Globoplay e HBO Max continuam de fora; entrada microUSB ainda — sério mesmo?
Primeiros passos
O Fire TV Stick 4K segue o padrão dos demais dongles da Amazon. Ele ainda parece um pendrive gigante com uma ponta HDMI que você conecta no seu televisor. Em uma das laterais, tem uma entrada microUSB para ligar o dispositivo à tomada ou na porta USB da TV, e no quesito design essa é minha única reclamação. Não que isso seja um problema, já que a Amazon inclui todos os cabos necessários na caixa do produto. Mas quem sabe na próxima geração venha um USB-C?
Um problema que algumas pessoas podem enfrentar é em conseguir encaixar o dongle sem esbarrar em outras entradas da TV. Por exemplo, em um dos televisores aqui de casa, a entrada HDMI fica bem próxima da saída de antena, e não foi possível encaixar o acessório.
Configurar o Fire TV Stick 4K tem praticamente a mesma experiência do Fire TV Stick Lite, mas com algumas novidades. Agora, na primeira vez que ele é ligado no televisor, aparece um aviso sobre calibração de cores. Eu testei essa opção em duas TVs aqui de casa — uma da Samsung e outra da LG —, e ambas mostraram esse alerta. Logo, acredito que isso valha para qualquer televisão.
Feito isso, o processo de cadastrar o dispositivo ficou ainda mais simples. Se antes tudo tinha que ser feito diretamente pela TV, agora é possível completar a configuração por um computador, tablet, notebook ou smartphone. O que ficou mantida é a digitação manual da senha do Wi-Fi na tela. Além disso, como eu já tinha cadastrado meu usuário no Fire TV Stick Lite, o novo dongle se encarregou de baixar toda a minha configuração anterior, o que inclui os apps que eu já havia instalado antes. Bem legal.
Controle remoto
Antes de destrincharmos o sistema operacional, vale comentar sobre o novo controle remoto do Fire TV Stick 4K. Visualmente falando, ele é bem parecido com o modelo vendido junto com o Fire TV Stick Lite, mantendo um círculo enorme na parte superior, usado para controlar o conteúdo da TV mais rapidamente, e o botão dedicado à Alexa, que agora em na cor azul característica da assistente.
As maiores adições ao acessório são os botões de volume e liga/desliga, que agora podem ligar ou desligar o aparelho de TV, como também controlar o dispositivo em questão. Não só isso: você pode configurar outros gadgets, como Apple TV, consoles de videogame e outras set-top boxes compatíveis. Eu mesmo consegui ligar e desligar o PS5 usando o mesmo controle remoto do dongle da Amazon. A única exigência é essa: que o dispositivo seja compatível com Alexa.
O acessório ainda traz quatro botões dedicados de acesso rápido ao Prime Video, Netflix, Disney+ e Amazon Music. Particularmente, um botão para o Prime Video é algo totalmente dispensável, uma vez que o serviço da Amazon ainda é bastante presente em toda a interface do Fire OS. E o Amazon Music também ficou em segundo plano durante os meus testes, uma vez que não é a plataforma de música que eu costumo usar.
Software
A chegada do Fire TV Stick 4K no Brasil casou com a chegada da nova versão do sistema operacional Fire OS por aqui. E não é qualquer mudança visual, não: o sistema passou por uma atualização significativa que, além de deixar o layout mais bonito e com bem menos propagandas das atrações do Prime Video, tornou mais fácil a navegação na plataforma. Os cards ganharam cantos levemente arredondados, dando um toque mais refinado à interface, e as telas específicas de cada série ou filme também está mais moderna.
Uma novidade é a aba “Encontrar”, em que você pode pesquisar por algum conteúdo e visualizar todas as plataformas em que ele está disponível para assistir ou ser alugado. Eu também notei que a Amazon diminuiu consideravelmente os anúncios de séries do Prime Video, aumentando a sensação de que, embora seja um dispositivo da Amazon, há espaço para outros serviços ficarem destacados. A tela inicial, inclusive, agora exibe uma linha com os apps recém-abertos e instalados, logo ao lado da seção Explorar e da sua foto de usuário. Por falar nisso, o Fire TV Stick 4K permite a criação de perfis de usuários distintos.
Navegar pelas configurações também ficou mais simples, já que agora elas ficam em um botão dedicado na página inicial — o último da direita para a esquerda na linha principal de apps. Eu só precisei acessá-la uma vez para alterar a resolução do aparelho, já que minha unidade de testes veio configurada em 1080p a 60 Hz, e não na resolução automática (ou que pelo menos deveria ser) de 4K.
Meu único ponto negativo quanto ao sistema é a ausência de alguns serviços de streaming, pois ainda não temos Globoplay, HBO Max e Google Play Filmes. Não há previsão de quando essas plataformas estarão disponíveis nos dongles da varejista, e a Amazon Brasil segue dando a resposta padrão de que está sempre em busca de oferecer mais conteúdo aos clientes, e que, no momento, “não há nenhum aplicativo para anunciar”. Então ok, né?
4K na prática
Em questão de performance, o Fire TV Stick 4K trouxe resultados dentro do que ele se propõe. Os conteúdos em 4K que estão disponíveis no Prime Video rodaram nessa resolução — o HDR10+ e o Dolby Vision fazem toda a diferença. Mas é aquela coisa: isso também tem participação do aparelho de TV, que na maior parte dos meus testes foi uma LG OLED CX. Obviamente, você precisa ter um monitor ou televisor que seja compatível com Ultra HD para usufruir dos serviços de streaming que já oferecem essa resolução mais alta.
O Fire TV Stick 4K tem o mesmo processador do Fire TV Stick Lite do ano passado: um chipset quad-core de 1,7 GHz e GPU IMG GE8300, com suporte a Bluetooth 5.0 e Wi-Fi 802.11ac. Em nenhum momento a interface apresentou demora na abertura de aplicativos, e a alternância entre programas ou serviços é bastante rápida. O que pode ficar perceptível é a mudança automática de uma resolução mais baixa para o 4K, mas isso deve ter mais a ver com o ajuste de rede a partir da sua conexão de internet, algo que já é comum acontecer em qualquer dispositivo.
Fire TV Stick
Junto com o modelo 4K, a Amazon enviou para testes o Fire TV Stick. Ele tem praticamente as mesmas funções que eu descrevi ao longo deste review, com exceção da resolução Ultra HD, Dolby Vision, do tamanho — o Fire TV Stick 4K é alguns centímetros menor — e do preço, já que ele custa R$ 379. Ou seja, R$ 70 a menos que a versão 4K e R$ 30 mais caro que o Fire TV Stick Lite, vendido atualmente por R$ 349 na Amazon.
Vale a pena?
A recomendação do Fire TV Stick 4K é a mesma dos demais dongles de streaming no mercado: o público mais beneficiado é aquele com um televisor mais antigo que não tem funções de Smart TV, mas não quer gastar centenas de reais em um aparelho desse tipo. O dispositivo da Amazon já era bom na versão Lite, e ficou ainda melhor com a adição de suporte para resolução 4K, Dolby Vision e um controle remoto que agora pode controlar sua TV para além do streaming.
O acessório ainda se beneficia com o novo sistema Fire OS, que ganhou uma interface renovada, mais bonita, mais simples de navegar e sem tanta propaganda do Prime Video. Para o negócio ficar mais vantajoso mesmo, só falta a inclusão dos apps do Globoplay e HBO Max, embora a Amazon não tenha dado qualquer esperança de que isso vai acontecer em breve.
Para quem não tem uma TV ou monitor 4K, mas ainda planeja investir num dongle da Amazon, então o recém-lançado Fire TV Stick é a indicação. É verdade que ele custa mais caro que o Fire TV Stick Lite, mas vale pagar esse valor a mais porque o modelo mais básico ainda vem com a versão antiga do controle remoto, que é mais limitada. Se mesmo assim preço é o que determina sua decisão de compra, eu considero o Roku Express a melhor opção de entrada hoje no Brasil pela maior oferta de apps.