O Relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite mais uma vez
No ano passado, o famoso Relógio do Juízo Final do Boletim dos Cientistas Atômicos chegou mais perto do que nunca da meia-noite. A atualização deste ano testa se você é uma pessoa que vê o copo meio cheio ou meio vazio. O relógio está no mesmo precipício assustador que no ano passado graças às “duas […]
No ano passado, o famoso Relógio do Juízo Final do Boletim dos Cientistas Atômicos chegou mais perto do que nunca da meia-noite. A atualização deste ano testa se você é uma pessoa que vê o copo meio cheio ou meio vazio. O relógio está no mesmo precipício assustador que no ano passado graças às “duas ameaças existenciais simultâneas” da mudança climática e da guerra nuclear, bem como a preocupação crescente com os esforços para rebaixar a verdade e com a guerra de informação.
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O Relógio do Juízo Final é uma relíquia encantadora da Guerra Fria, ou pelo menos foi até começar a chegar perto da meia-noite. O Boletim dos Cientistas Atômicos inicialmente concebeu o relógio para medir quão próximo o mundo estava da aniquilação nuclear a partir de 1947. Mas a partir de 2007, expandiu-se para considerar a mudança climática. E não é de surpreender que isso tenha adiantado o ponteiro para mais perto da meia-noite.
Em 2018, ele chegou aos dois minutos da meia-noite, empatando em 1953 como o momento mais perigoso em que o mundo já havia estado. Em 2019, ainda estamos lá, vivendo em um mundo que os organizadores de relógios chamam de “novo anormal” em uma coletiva de imprensa realizada hoje. É um espaço liminar arriscado para habitar, onde a complacência pode significar um desastre para a humanidade.
“Parece que estamos normalizando um mundo muito perigoso em termos de risco de armas nucleares e mudança climática”, diz Rachel Bronson, presidente do Bulletin of the Atomic Scientists, na entrevista coletiva deste ano.
Esses guardiões do fim dos tempos escolheram manter o relógio em dois minutos para a meia-noite por alguns motivos. Na frente nuclear, novos mísseis sendo implantados pela Rússia, a instabilidade da Coreia do Norte e o comportamento errático do presidente Trump estão aumentando o risco de uma guerra nuclear, intencional ou não.
A guerra cibernética é também uma força desestabilizadora sobre as nações, assim como ataques contra nossa realidade compartilhada. Esses ataques à realidade têm sido particularmente pronunciados quando se trata de mudanças climáticas, o que está criando um verdadeiro cenário de inação, um completo pesadelo.
A humanidade está entrando em uma , em que percorrerá um longo caminho para decidir em que tipo de clima nós vamos viver. Apesar disso, as emissões de carbono aumentaram em 2018, e o acordo climático do mundo está em . E, claro, os EUA, o maior emissor histórico de carbono do mundo, estão avançando a todo vapor com a produção de combustíveis fósseis.
“O novo clima anormal que temos já é extremamente perigoso, e estamos caminhando para um caminho que o tornará ainda mais perigoso”, disse Susan Solomon, cientista climática do MIT, na coletiva.
Nada disso quer dizer que vamos chegar à meia-noite. Ainda parece muito triste estar tão perto da aniquilação, mas o relógio já foi para trás antes. Bronson disse que o objetivo do relógio é fazer com que as pessoas falem sobre os riscos que a humanidade enfrenta e exigir ações para enfrentá-los. O mundo só precisa se apressar, porque estamos ficando sem tempo.