Um relatório lançado por agências da Organização das Nações Unidas (ONU) chama atenção para 18 “focos de fome”. Segundo o órgão, nesses locais existem grandes riscos de deterioração da segurança alimentar.
O documento chamado “Focos de Fome” foi organizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA).
Os locais listados pela ONU abrangem 22 países. , nenhum deles está na América do Sul. Na América Central, a Nicarágua, Honduras, Guatemala e Haiti integram o levantamento. Países da África e do Oriente Médio também estão na lista da ONU.
O relatório revela que os países com o maior nível de preocupação são o Burkina Faso, o Mali, o Sudão do Sul e o Sudão.
Territórios Palestinos ocupados
As entidades ressaltam a preocupação de que essas emergências sejam esquecidas em meio à crise Israel-Palestina. Dentre eles estão os Territórios Palestinos Ocupados.
O relatório alerta que a insegurança alimentar aguda é altamente provável até abril de 2024, devido à forte escalada do conflito.
O documento reforça o apelo do secretário-geral das Nações Unidas por um cessar-fogo e o acesso para facilitar a entrega de ajuda à Faixa de Gaza.
Instabilidade no Sahel causa fome
O conflito é um dos principais motores da fome em todo o mundo. A instabilidade e a violência continuam aumentando na região do Sahel, desde os golpes em Burkina Faso, no Mali e no Níger até ao conflito incessante no Sudão, que afeta países vizinhos como o Chade.
Cerca de 22% de todas as mortes globais aconteceram em conflitos na região. Dados são entre julho e setembro de 2023.
A magnitude e o ritmo dos deslocamentos no Sudão continuam em um nível alarmante, interrompendo a produção e o acesso a alimentos e afetando quase 5,6 milhões de pessoas até meados de setembro de 2023. Isso inclui 1,2 milhão de pessoas que cruzaram a fronteira para países vizinhos, um aumento de seis vezes em quatro meses.
No Sudão do Sul, espera-se que a produção agrícola insuficiente, os altos preços dos alimentos básicos e a falta de recursos para apoiar o crescente número de refugiados do Sudão contribuam para a persistência da insegurança alimentar aguda.