Reino Unido devolve seus únicos pandas à China por não conseguir reprodução
Os pandas Yang Guan e Tian Tian estão com malas prontas para retornar à China. A dupla foi enviada ao Zoológico de Edimburgo, no Reino Unido, em dezembro de 2011 como parte de um acordo de 10 anos com a China Wildlife Conservation Association.
A estadia dos animais se estendeu devido à pandemia de Covid-19. Agora, o casal deve deixar o zoológico britânico até o final de outubro de 2023, embora os detalhes da viagem ainda não tenham sido definidos e divulgados.
Yang Guan e Tian Tian não foram mandados ao Reino Unido apenas para enfeitar o parque. A parceria visava a reprodução dos animais, o que não aconteceu ao longo destes anos.
Em 2013, funcionários do zoológico tentaram inseminar artificialmente Tian Tian, mas não funcionou. Logo depois desse episódio, Yang Guang teve que ser castrado após um tratamento de câncer nos testículos.
Segundo a Pandas International, a população de pandas gigantes selvagens hoje é de . Já o número de animais em cativeiro é próximo de 600. Esses mamíferos foram fortemente afetados pela caça furtiva e também pela extração ilegal de madeira, que prejudica o crescimento da principal fonte de alimento do animal, o bambu.
A reprodução também não é tarefa fácil. As fêmeas da espécie possuem um único ciclo estral na primavera, no qual ela é fértil por apenas 24 a 36 horas. Além disso, é comum que os gigantes criados em cativeiro percam o interesse em acasalar ou simplesmente não saibam como fazer isso.
De toda forma, os pandas gigantes terão uma despedida digna do zoológico britânico, já que eram os únicos animais do tipo no Reino Unido e atraíram diversos turistas durante esses 12 anos. A partir do dia 9, visitantes poderão comprar para tomar café da manhã no local e aprender mais sobre esse animal. Uma das promoções permite até mesmo que os civis alimentem Yang Guang.
O dinheiro arrecadado na iniciativa será revertido para a conservação de outras espécies em extinção, como o gato selvagem na Escócia, os chimpanzés em Uganda e o tatu canastra no Brasil.