A descoberta de múmias de ratos a seis mil metros de altitude, no topo dos Andes, indica que animais chegaram ao cume da cordilheira dos Andes sem ajudas – e conseguiram sobreviver nestes ambientes extremos.
A região vulcânica de Puna de Atacama é um dos terrenos mais próximos de Marte que podemos encontrar na Terra. O ambiente é tão árido, frio e pobre em oxigênio que a NASA visitou o Atacama para praticar a busca por vida em Marte.
De acordo com o estudo publicando na última semana na , pesquisadores norte- americanos demonstraram que os ratos são muito mais resistentes do que se pensava anteriormente.
Como o estudo com os ratos foi feito
Os autores, o professor Jay Storz, da Universidade de Nebraska-Lincoln, e o pesquisador e montanhista Mario Pérez Mamani encontraram ratos mumificados e vivos nos cumes de vulcões acima de 6.000 metros de altitude.
Além disso, equipe capturou uma prova viva – um espécime vivo de rato-orelhudo (Phyllis vaccarum) – no pico do vulcão Llullaillaco (6.739 metros de altura). Essa é a região de Puna de Atacama, na fronteira do Chile e da Argentina.
“Estas descobertas reforçam as evidências de populações residentes de Phyllotis em altitudes superiores a 6.000 m. Elas desafiam as suposições sobre os limites ambientais da vida dos vertebrados e as tolerâncias fisiológicas dos pequenos mamíferos”, dizem os pesquisadores no estudo.
Além dos ratos, nenhum outro mamífero foi encontrado sobrevivendo em altitudes tão extremas. Nas décadas de 1970 e 1980, cadáveres de ratos foram encontrados nos picos andinos. Mas os arqueólogos pensaram que os roedores provavelmente pegaram carona com os incas.
No entanto, as novas evidências sugerem que é mais provável que os ratos tenham chegado sozinhos ao cume. E, além disso, seguiram sobrevivendo e se reproduzindo lá apesar dos clima extremo.