Um novo estudo descobriu que os ratos parecem se reconhecer no espelho, o que coloca os animais numa categoria rara ao lado dos humanos, dos primatas, dos golfinhos e das aves mais inteligentes. A pesquisa foi publicada na revista científica na última semana.
No experimento, ratos de laboratório pretos foram pintados com tinta branca e colocados em frente a um espelho. Eles então começaram a limpar a tinta – uma indicação de que reconhecem sua própria imagem.
Os cientistas também descobriram que os ratos podiam de fato detectar mudanças na sua aparência, mas apenas sob certas condições. Os ratos que estavam familiarizados com espelhos passaram significativamente mais tempo arrumando a cabeça (mas não outras partes do corpo) na frente do espelho quando foram marcados com 0,6 cm ou 2 cm de tinta branca.
Cuidado nas conclusões sobre os ratos
Apesar da descoberta, os pesquisadores da Southwestern Medical Center da Universidade do Texas são cautelosos. Para eles, é possível que os ratos possam detectar uma mudança na sua aparência sem terem uma experiência subjacente de consciência que os ligue a humanos ou elefantes.
Assim, os investigadores tiveram o cuidado de usar frases como “comportamento semelhante ao auto reconhecimento” no artigo, em vez de tirar conclusões mais amplas sobre a experiência interna dos pequenos animais.
“Os ratos necessitaram de sinais sensoriais externos significativos para passar no teste do espelho. Temos que colocar muita tinta em suas cabeças. E então o estímulo tátil proveniente da tinta de alguma forma permite que o animal detecte a tinta em suas cabeças através de um reflexo no espelho”, explicou um dos autores do estudo, Jun Yokose, do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas. “Chimpanzés e humanos não precisam de nenhum estímulo sensorial extra”, completou.
No vídeo, divulgado pelo portal , é possível ver que o rato se olha no espelho e começa a limpar a tinta. Logo após, o animal começa a procurar uma saída do local onde está.
O que é o teste do espelho?
O teste do espelho é uma medida de autoconhecimento desenvolvida por Gordon Gallup Jr, em 1970. Ele se baseia, em partes, em observações feitas por Charles Darwin. Enquanto visitava um zoológico, Darwin levou um espelho até um orangotango e gravou a reação do animal, que incluiu uma série de expressões faciais.
Há nove espécies que passam no teste do espelho, incluindo elefantes, mas principalmente primatas. A maioria dos bebês humanos não passam no teste do espelho até vários meses de idade.