Raro passeio de água-viva fantasma é captado por pesquisadores; confira

O animal, que tem mais de 10 metros de comprimento, estava a uma profundidade de quase um quilômetro no mar da Califórnia.
Água-viva fantasma gigante é identificada na Califórnia
Imagem: Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey, YouTube/Reprodução

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (), na Califórnia, registraram imagens de uma água-viva fantasma gigante (Stygiomedusa gigantea) nas profundezas do oceano. O animal, identificado pela primeira vez em 1899, foi visto cerca de 100 vezes na história, o que torna sua observação um feito notável.

Os biólogos puderam chegar ao animal com ajuda do ROV Doc Ricketts (veículo submarino operado remotamente), que desceu a uma profundidade de 975 metros. Veja o vídeo da água-viva obtido em 4K.

A água-viva fantasma é uma das maiores do planeta. Seus braços, que lembram longos tecidos, podem superar os 10 metros de comprimento. O resto do seu corpo, em formato de sino, possui um metro de diâmetro.

O animal foi avistado poucas vezes na história e, consequentemente, não é tão compreendido pelos cientistas. Mas há algumas informações sobre ele: o animal usa os braços orais, que seriam como seus lábios, para enredar as presas e levá-las até a boca. Além disso, a água-viva se move fazendo o movimento de “pulsos” com a cabeça, que tem um brilho alaranjado. 

Este invertebrado já foi identificado em águas profundas por todo o planeta, com exceção do Oceano Ártico. Porém, o cnidário vive em uma região de difícil acesso para os humanos — o que dificulta a tarefa de alcançá-lo. Os próprios cientistas do MBARI só encontraram a água-viva fantasma nove vezes, contando com essa última aparição.

Em situações como esta, em que o animal vive muito no fundo do mar, é comum que os cientistas utilizem redes de arrasto para pegá-los e estudá-los. Isso funciona bem com peixes, crustáceos e lulas, mas não parece ser efetivo para as águas-vivas. Os animais gelatinosos escapam facilmente dessas armadilhas.

A gravação com auxílio do ROV parece ter sido a solução ideal: o cnidário foi visto vagando tranquilamente em seu ambiente natural, apresentando um comportamento que não seria o mesmo caso estivesse preso em uma rede. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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