Quem é quem na venda do Twitter para Elon Musk

“O pássaro foi libertado”, disse Musk. Veja, um a um, quem são os principais personagens da conturbada venda do Twitter
Quem é quem na venda do Twitter para Elon Musk
Imagem: Pexels/Reprodução
Na última quinta-feira (27), o mundo presenciou a conclusão de um dos negócios mais confusos da história do Vale do Silício. Após meses de burburinho midiático, o bilionário Elon Musk anunciou (enfim) a compra do Twitter pela bagatela de US$ 44 bilhões — cerca de R$ 234 bilhões.

O fechamento desse acordo envolveu a participação de vários “players”, a começar pelo próprio Musk, que causou alvoroço ao demonstrar interesse na rede social, surpreendeu geral ao desistir no meio das negociações e, na última hora, aceitou fechar a compra – usando uma pia para ironizar o feito.

Para ajudar a entender esse tumulto todo, o site elencou quem é quem na venda da rede social do passarinho para o magnata. Confira a seguir:

Elon Musk

Empreendedor e o homem mais rico do mundo, Elon Musk, de 51 anos, é o atual executivo-chefe da montadora Tesla, e da empresa de foguetes SpaceX, além de estar ligado a outras empresas de tecnologia.

Com mais de 110 milhões de seguidores no Twitter, o bilionário anunciou seu interesse na compra da rede social em abril, mas desistiu do negócio dois meses depois, argumentando não ter recebido relatórios detalhados sobre o número de bots ativos na plataforma. Ele voltou atrás nas negociações após ser processado pela empresa.

Agora como chefe do Twitter, um dos seus primeiros feitos foi demitir os principais executivos da rede social. Rumores apontam que ele ainda pretende promover uma demissão em massa de funcionários da empresa.

Parag Agrawal

Após a saída do cofundador Jack Dorsey do comando do Twitter, Parag Agrawal, de 38 anos, assumiu o cargo de CEO em novembro do ano passado. Agrawal é um confidente de longa data de Dorsey, e enfatizou o seu conhecimento sobre a rede social e o relacionamento com os funcionários ao assumir a liderança da empresa. Contudo, o seu mandato foi curto. Agrawal foi um dos chefões que Elon Musk demitiu após a compra do Twitter. A expectativa é que Musk fique no cargo de CEO até que seja selecionado um novo nome.

Jack Dorsey

Antes de deixar o Twitter, Jack Dorsey, de 45 anos, conversou com Musk sobre o futuro da empresa. De acordo com o processo judicial, Dorsey sugeriu a ideia de implementar um código aberto como base para a rede social. Aparentemente, o bilionário pretende buscar esse caminho 77agora que assumiu o controle.

Kathaleen McCormick

A advogada e juíza Kathaleen McCormick, 42 anos, foi a responsável por presidir o processo do Twitter contra Musk, sob a alegação de que ele não cumpriu as diretrizes do acordo de abril. O caso foi tratado por ela como uma disputa direta de direito contratual, determinando o prazo até essa sexta-feira (28) para que ambas as partes chegassem a um acordo. Musk, que tem um histórico de desrespeitar, estender e atrasar conflitos legais, decidiu se antecipar e anunciar o fechamento do negócio um dia antes do prazo final.

Bancos

Apesar de parte do dinheiro para a compra do Twitter ter saído do bolso de Musk, o bilionário também precisou fazer um empréstimo junto aos bancos. No total, US$ 13 bilhões foram financiados pela Morgan Stanley, Bank of America, Barclays e Mitsubishi Financial.

Contudo, o fechamento do negócio ocorre em um momento de preocupação com uma recessão global da economia que, inclusive, já afeta as grandes empresas de tecnologia – as chamadas Big Techs. A forma como essa dívida será tratada por Musk e pelos bancos, pode influenciar o futuro do Twitter.

Governo dos EUA

Como Musk tem se envolvido em uma série de questões geopolíticas, usando inclusive o Twitter para opinar sobre questões internacionais tensas – como Ucrânia, Rússia e China –, o governo de Joe Biden está considerando fazer revisões de segurança nas empresas de Musk. Além disso, o magnata tem publicado posts que acabam interferindo no mercado de ações, bem como tem dito que pretende dar mais liberdade de expressão ao Twitter — o que é um risco para a proliferação de fake news e discursos de ódio. Por outro lado, Musk já sinalizou a anunciantes que a plataforma não será um local “onde tudo pode ser dito sem consequências”. Vale lembrar que a compra do Twitter ainda precisa ser chancelada por órgãos reguladores. É muito provável que ele seja aprovado, porém, ainda existe o risco (mesmo que mínimo) de que partes do acordo sofram algum tipo de veto ou a compra seja anulada completamente. Recentemente, o ex-chefe de segurança do Twitter, Peiter Zatko, também denunciou que a rede social falhou em proteger a privacidade dos usuários e limitar o número de bots na plataforma. Ainda não está claro quais serão as ações dos reguladores federais dos EUA sobre esse caso.
Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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