Queijo brie tem futuro incerto e corre o risco de extinção; entenda
O queijo brie, uma iguaria francesa amada no mundo todo, enfrenta riscos de extinção. O mofo Penicillium camemberti, responsável pela característica casca branca de queijos como o brie e o camembert, está ameaçado pela falta de variabilidade genética.
Isso acontece porque linhagem ‘domesticada’ deste mofo, que nunca existiu na natureza e é fruto da seleção humana, encontra-se em um ponto crítico. A reprodução limitada e a consequente degeneração genética colocam em xeque a continuidade da produção desses queijos.“É muito importante preservar a diversidade, mesmo nos microrganismos, e em particular naqueles que utilizamos para fazer alimentos”, disse Ropars à revista Culture.
A situação é paradoxal, considerando que o brie e o camembert são produtos de um processo de domesticação bem-sucedido. Por séculos, esses queijos foram símbolos de uma tradição culinária refinada. No entanto, a uniformidade que os tornou famosos agora ameaça sua existência.
Alternativas para não deixar o queijo brie morrer
Agora, pesquisadores já buscam alternativas, como o uso do Geotrichum Candidum, um fermento com maior diversidade genética, que poderia substituir o P. camemberti na produção do brie e de outros queijos.
Essa mudança, contudo, pode alterar características sensoriais que definem esses queijos, levantando questões sobre a identidade e a autenticidade dos produtos.A potencial extinção do P. camemberti e a consequente ameaça ao queijo brie colocam em destaque a importância da conservação genética, não apenas de animais e plantas, mas também de microrganismos utilizados na produção de alimentos. Afinal, a perda de um único mofo pode significar a perda de um patrimônio cultural gastronômico.