Recentemente a Netflix anunciou que a sequência de “O Poço”, terror espanhol sucesso em 2019, já está em andamento. A produção terá o mesmo diretor do original, Galder Gaztelu-Urrutia, mas ainda não possui uma previsão de estreia.
Na época de lançamento, a obra trouxe uma história bem original, cheia de críticas e comentários sociais, que foi elogiada por muitos espectadores e críticos.
The story is far from over…
Here's your first look at our sequel to The Platform, the most popular Spanish film in Netflix history, once again directed by Galder Gaztelu-Urrutia.
— Netflix (@netflix)
Para quem não se lembra, “O Poço” mostra uma prisão onde os detentos são alimentados por uma plataforma descendente. Os que estão nos níveis mais altos comem mais do que precisam, enquanto os dos andares mais baixos ficam com as migalhas e, às vezes, sem nada. Dois reclusos vivem em cada nível, com um número desconhecido de níveis.
O problema é que as celas inferiores da prisão quase sempre ficam sem mantimentos, pois os indivíduos acima não se preocupam em dividir com os demais. A trama apresenta uma luta desumana pela sobrevivência, quando, um dia, um homem decide mudar o sistema. Por enquanto, sabe-se apenas que na sequência o cenário deve continuar o mesmo, mas com novos personagens.
As imagens divulgadas pela Netflix mostram Hovik Keuchkerian, de “La Casa de Papel”, e Milena Smit, de “Tin&Tina”. Com o anúncio da Netflix, “O Poço” ficou entre os assuntos mais comentados nos últimos dias.
Por isso, o Giz Brasil resolveu relembrar e explicar o final da trama, além de tentar entender muitos dos questionamentos que surgem: O que significa essa prisão? Por que as pessoas não se ajudam? O que está acontecendo no local?
Entenda o final de “O Poço”
Na trama, Miharu (Alexandra Masangkay) desce junto com a plataforma de alimentos todos os dias, mas apenas no final é explicado: ela estava cuidando da filha, a única criança presente na prisão, garantindo que ela comesse e sobrevivesse, mesmo com desigualdades dentro do local.
Por outro lado, Goreng (Ivan Massagué) e Baharat (Emilio Buale) tentam burlar o sistema e levar comida em todos os níveis. Eles descem até o nível 333, protegendo um dos alimentos da plataforma, a panna cotta, a fim de que ela retornasse à superfície intacta, simbolizando uma “mensagem” à administração. No entanto, encontram a garotinha, filha da moça que descia todos os dias, mas que acaba morrendo na trama. Por isso, eles entregam a sobremesa para a criança comer, pois aparentava estar faminta.
Baharat também morre, enquanto Goreng desiste de subir até o topo da prisão junto com a garota, após entender que sua missão acabou. O protagonista conclui que já cometeu crimes demais para chegar até o fim, e, por isso, está impuro e corrupto para subir — totalmente o oposto da garotinha.
Qual a mensagem final de “O Poço”?
Ao fim, apenas a criança sobe de volta à superfície, e o filme termina de uma maneira ambígua, não deixando claro o que acontece dali para frente. “O Poço” tem como objetivo passar uma mensagem sobre o capitalismo no contexto da sociedade. Ou seja: quem está no topo, come mais e continua bem alimentado, enquanto os que estão no fundo não comem nada e seguem com fome.
Lembra aquela música dos anos 2000: “É que o de cima sobe e o de baixo desce”? É basicamente isso! Os ricos continuam ricos (e mais ricos), enquanto os pobres seguem por baixo e mais pobres. O mundo (no caso a prisão) tem recursos (alimentos) o suficiente para todos sobreviverem, mas a ganância e egoísmo do ser humano fala mais alto, impedindo a divisão por igual e levando até a morte.
A criança simboliza a esperança, a luz no fundo do poço (literalmente), que surge mesmo dentro de um sistema corrupto e decadente. A ideia é passar uma mensagem que independente de qualquer coisa, ao fim sempre há dias melhores. Ou seja: a garotinha é a mensagem! Ela é a esperança de uma sociedade melhor, por sua inocência e pureza.
As futuras gerações são a nossa esperança de dias melhores, por isso Goreng ajuda a jovem subir ao topo, antes que seja corrompida. Enquanto a sequência não chega, você pode aproveitar para rever “O Poço”, . Além disso, veja mais explicações da trama abaixo:
Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem
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