Após protestos na Turquia, Twitter adia anúncio da cobrança de API

Elon Musk planejar cobrar US$ 100 mensais pelo acesso ilimitado à API da rede social. Mudança pode impactar trabalho de ONGs e pesquisadores, além de ferramentas úteis que funcionam via Twitter
Após protestos na Turquia, Twitter adia anúncio da cobrança de API
Imagem: Alpha Photo/Flickr/Reprodução

Pela segunda vez, o Twitter adiou o início da cobrança de uma taxa mensal para uso da API (Interface de Programação de Aplicação, na sigla em inglês) da plataforma.

A rede social de Elon Musk planejava fazer a mudança na segunda-feira (13), mas que atrasaria o lançamento “por mais alguns dias”, sem fornecer detalhes. 

É graças ao acesso à API do Twitter que bots super legais podem funcionar — como , que elenca as palavras que o jornal New York Times menciona pela primeira vez, ou , que avisa sempre que o governo brasileiro aprovou um novo agrotóxico, por exemplo.

Organizações sem fins lucrativos e pesquisadores também usam a API do Twitter para analisar dados. Essas milhares de informações ajudam a monitorar emergências, eventos políticos e propagação de discurso de ódio ao redor do mundo.

O adiamento pode ter relação com os protestos de desenvolvedores da Turquia. Eles usam o Twitter para buscar pedidos de ajuda depois do terremoto que matou mais de 35 mil pessoas e deixou milhares de feridos e desabrigados.

Em uma tentativa de encontrar novas formas de receita para a plataforma, Elon Musk planeja incluir “planos de assinatura” para limitar o acesso à API. Para ter acesso total aos dados, por exemplo, a taxa seria de US$ 100 mensais – valor que passa dos R$ 500 no câmbio atual. 

No plano gratuito, o nível de acesso a essas informações só permitiria a análise sobre 1.500 tuítes por mês por cada usuário. Mas esse é um recorte ínfimo ante a quantidade de tuítes a cada evento viral, como é o caso do terremoto na Turquia. 

“Eles não são usados ​​apenas para esforços de resgate”, disse Sedat Kapanoglu, fundador da Eksi Sozluk, rede popular na Turquia que tem ajudado voluntários na busca por vítimas, ao jornal francês . “Mas também para planejamento logístico, já que as pessoas vão ao Twitter para transmitir suas necessidades”.

O que diz o Twitter 

O Twitter afirma que as mudanças vão aumentar a qualidade da rede, reduzir o spam e “permitir um ecossistema próspero”. A plataforma não explicou como fará isso. 

Manter uma API é custoso para as empresas. Mesmo assim, universidades e ONGs mantinham a expectativa de que o Twitter abriria uma exceção para fins acadêmicos e voluntários.  

Até agora, o Twitter era a única rede social a manter sua API aberta e gratuita. O TikTok trabalha para fazer o mesmo, mas ainda não lançou a ferramenta. Já o Facebook limita o acesso a esses dados porque protege a maioria das informações coletadas. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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