Esta é a primeira múmia já encontrada de uma grávida
Uma nova no Journal of Archaeological Science documenta o “primeiro caso conhecido de um corpo embalsamado de uma grávida”, como os arqueólogos, liderados por Wojciech Ejsmond do , escreveram em seu estudo.
De fato, este poderia ser um caso clássico da múmia não estar em seu caixão original, o que acontece de vez em quando. Os autores do artigo “só podem especular que a múmia foi colocada em um caixão errado por acidente nos tempos antigos, ou foi colocada em um caixão aleatório por negociantes de antiguidades no século 19”.
Três imagens, mostrando o caixão, a múmia e um raio-X. Imagem: W. Ejsmond et al., 2021/Journal of Archaeological Science
Radiografias e tomografias computadorizadas da região abdominal da múmia, revelando o feto. Imagem: W. Ejsmond et al., 2021/Journal of Archaeological Science
O exame dos dentes da mãe sugere que ela tinha entre 20 e 30 anos de idade quando morreu. A origem da múmia foi rastreada até os túmulos reais em Tebas, então é provável que essa mulher fosse um membro da elite da comunidade tebana. Seus restos mortais foram cuidadosamente mumificados, embrulhados em tecidos e adornados com “um rico conjunto de amuletos”, de acordo com o artigo. Os arqueólogos dataram a múmia ao século 1 a.C. Fetos mumificados do antigo Egito já foram encontrados antes (veja e ), mas o fato de múmias grávidas serem tão raras permanece uma questão sem resposta. Os pesquisadores ofereceram algumas pistas. “É muito difícil detectar um feto dentro de um corpo embalsamado porque a densidade óssea neste estágio da vida fetal é pequena e pode passar facilmente despercebida”, explicou Ejsmond. “É preciso usar um equipamento muito bom para detectar um feto. Isso pode explicar por que tais descobertas não foram relatadas por outros pesquisadores”. Quanto ao motivo pelo qual o feto não foi extraído durante o processo de mumificação, Ejsmond especula que era provavelmente difícil extrair o feto devido à “dureza do útero” ou por “razões religiosas”, cuja natureza “só podemos especular.” Olhando para o futuro, os cientistas gostariam de avaliar melhor a saúde da mulher no momento da morte, o que eles tentarão fazer coletando a amostra de uma pequena quantidade de tecido. Além disso, esta múmia poderia fornecer “novas possibilidades para estudos de gravidez nos tempos antigos” e lançar uma nova luz sobre um “aspecto não estudado dos antigos costumes funerários egípcios e interpretações da gravidez no contexto da antiga religião egípcia”, de acordo com o artigo. Futuras análises dessa múmia podem fornecer algumas pistas importantes.