1ª brasileira candidata ao espaço, Laysa Peixoto revela detalhes em entrevista

A estudante de física da UFMG foi a única estrangeira em um treinamento para astronautas da NASA; conheça sua história e os feitos dela até agora
Na imagem, a estudante de física Laysa Peixoto segura a bandeira de Minas Gerais durante treinamento da NASA
Imagem: Laysa Peixoto/Reprodução

Filmes de ficção científica, como Star Wars e Star Trek, foram a principal referência de Laysa Peixoto. Com apenas nove anos, a mineira já se imaginava viajando pelo espaço e adentrando o cosmos descrito por Carl Sagan. 

O fascínio levou ao desejo de conhecer o Universo na prática. Ainda na escola, Laysa participou de diversas olimpíadas científicas e entrou para projetos como o Desbravadoras do Universo. Nele, teve a chance de estudar mulheres cientistas que deixaram sua marca na história e pôde compartilhar seus aprendizados com outras pessoas.

No ensino médio, estava decidida: iria se tornar astrofísica. Apesar das aulas online em 2020, conseguiu prestar vestibular e ingressar no curso de física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

No ano seguinte, Laysa entrou no programa Caça Asteroides MCTI, resultado de uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA Partner). Ela e sua equipe deveriam analisar pacotes de imagens feitas pelo telescópio da Universidade do Havaí.

Laysa explica que essas fotos de baixa qualidade já foram observadas por outros pesquisadores. Porém, os caçadores amadores ajudam refazendo a análise e encontrando possíveis asteroides que possam ter passado despercebidos pelos profissionais. 

“Nós temos que comparar as características dos objetos que a gente encontra, montar relatórios e enviar esses relatórios com a localização desses objetos. E aí foram mais ou menos uns seis meses de busca até que eu abri o site, vi a lista de detecções e vi meu nome ali” (Laysa).

A estudante encontrou o asteroide LPS0003, batizado com as iniciais de seu nome.

“E eu descobri nessa semana que ele é agora um asteroide provisório. Ele passou um nível: não é mais uma detecção, é uma descoberta”, explica. 

Treinamento da NASA

Mas a detecção do asteroide está longe de ser o feito mais incrível da jovem. Ainda na escola, Laysa descobriu sobre o treinamento de astronautas da NASA. Para participar, ela teria que incrementar seu currículo, participando de olimpíadas científicas, conquistando medalhas acadêmicas, estudando idiomas, entre outras atividades.

Foi um planejamento de anos que a levou até a Expedição 36 da Advanced Space Academy. Foram realizadas diversas atividades durante o treinamento, desde o mergulho a 24 metros de profundidade para simular a microgravidade até a operação em réplicas de cápsulas espaciais. 

Ela cita as atividades extraveículares simuladas como uma de suas partes favoritas do treinamento. Foi nessa parte em que Laysa pôde vestir o traje de astronauta e se sentir um passo mais próxima do espaço. A turma era formada por 14 pessoas, sendo ela a única estrangeira. 

Próximos passos para se tornar astronauta

A estudante pretende se tornar astronauta. No momento, está se preparando para alguns processos seletivos de empresas privadas, o que proporciona a jovem mais opções de viajar ao espaço.

A NASA, no entanto, segue sendo sua prioridade. Mas isso requer tempo e dedicação: a mineira precisa acabar a faculdade, ganhar experiência profissional, manter os requisitos físicos e até mesmo aprender novos idiomas, como o russo.

Não para por aí. No momento, Laysa está fazendo cursos de mergulho e pretende ainda aprender a pilotar, o que aumentaria suas chances de garantir um assento em uma futura viagem espacial. 

“Durante o treinamento, eu pude conhecer dois astronautas pessoalmente que me disseram coisas duas muito importantes: que a NASA procura por exploradores. Ela quer pessoas engajadas e envolvidas que façam atividades que coloquem o corpo e a mente em situações não tão comuns”, conta a jovem. 

O segundo ponto é que a NASA busca por bons profissionais. “Se eu me tornar uma boa física, com certeza eu vou ser uma boa astronauta. Então, ter esse mérito acadêmico, ter boas notas, isso contribui muito.”

Os astronautas veteranos eram Larry DeLucas e Michal Foreman. Laysa conta que ambos foram recusados em cerca de sete processos seletivos da NASA, mas depois cumpriram seus objetivos. “Eu aprendi muito com a história de vida deles. É essa determinação que eu quero ter durante todo esse processo”, completa.

Atualmente, Laysa utiliza as para falar sobre física e também temas relacionados ao seu treinamento da NASA. Em novembro, ela estará em São Paulo para um evento da HSM.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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