Ciência
Pressão alta, maior causadora de mortes no mundo, vira alvo da OMS
Número de pessoas que vivem com pressão alta saltou de 650 milhões para 1,3 bilhão em todo mundo, segundo dados da OMS; veja como combater
Imagem: Freepik/Reprodução
A OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou seu primeiro relatório sobre os efeitos globais e devastadores da pressão alta. A organização agora mira no combate à hipertensão arterial e deu uma série de recomendações sobre como combater essa doença silenciosa.
Segundo o relatório, aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com pressão alta não recebem tratamento adequado. No entanto, se os países conseguirem expandir a cobertura, 76 milhões de mortes poderão ser evitadas entre 2023 e 2050.Mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo, podem ajudar a reduzir a pressão arterial. Além disso, algumas pessoas podem precisar de medicamentos para controlar a hipertensão de forma eficaz e evitar complicações relacionadas.
Prevenção é a chave
A prevenção, a detecção precoce e o tratamento eficaz da hipertensão estão entre as intervenções mais econômicas na área da saúde. Para a OMS, elas devem ser priorizados pelos países como parte de seu pacote nacional de benefícios de saúde oferecido no nível da atenção primária.Assim, os benefícios econômicos de melhores programas de tratamento da hipertensão superam os custos em cerca de 18 para 1.
A hipertensão arterial afeta um em cada três adultos em todo o mundo. Assim, esta condição pode causar derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, danos renais e muitos outros problemas de saúde.
Além disso, o número de pessoas que vivem com hipertensão dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão, revelam os dados.
Embora a idade avançada e a genética possam aumentar o risco de hipertensão, fatores como uma dieta rica em sal, falta de atividade física ou consumo excessivo de álcool, também podem impactar a doença.
“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas cerca de uma em cada cinco pessoas com hipertensão a controlam”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS em um .
“Os programas de controle da hipertensão continuam sendo negligenciados, pouco priorizados e amplamente subfinanciados. Assim, o fortalecimento do controle da hipertensão deve fazer parte da jornada de todos os países rumo ao acesso universal de saúde, com base em sistemas de saúde que funcionem bem, sejam equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de atenção primária à saúde”, completa o documento.
Veja as recomendações da OMS para combater a hipertensão
- Protocolos práticos: Etapas de ação específicas para o controle da pressão arterial não controlada com doses e medicamentos, para simplificar o atendimento e melhorar a adesão.
- Fornecimento de medicamentos e equipamentos: O acesso regular e ininterrupto a medicamentos a preços acessíveis é necessário para o tratamento eficaz da hipertensão. Atualmente, os preços dos medicamentos anti-hipertensivos essenciais variam mais de dez vezes entre os países.
- Atendimento em equipe: Os resultados dos pacientes melhoram quando uma equipe colabora para ajustar e intensificar os regimes de medicação para pressão arterial de acordo com as ordens e os protocolos médicos.
- Serviços centrados no paciente: Para reduzir as barreiras ao atendimento, fornecendo regimes de medicação fáceis de tomar. Medicamentos gratuitos e visitas de acompanhamento perto de casa, além de disponibilizar prontamente o monitoramento da pressão arterial.
- Sistemas de informação: Os sistemas de informação simples e centrados no usuário facilitam o registro rápido de dados essenciais no nível do paciente, reduzem a carga de entrada de dados dos profissionais de saúde e apoiam a rápida expansão, mantendo ou melhorando a qualidade do atendimento.