Os pássaros costumam chamar a atenção pelas cores vibrantes de suas penas. No entanto, o colorido dos seus olhos é um aspecto igualmente fascinante — e que também desempenha um papel importante.
Contudo, compreender o mecanismo pelo qual cada tom preenche a íris dos pássaros é complexo. São diversos fatores que influenciam esse processo, e ainda há pouca sobre o tema.
Pigmentos e genética
Em geral, a cor dos olhos dos pássaros pode ser atribuída à presença de pigmentos específicos: as melaninas, os carotenoides, as pteridinas e as purinas.
Além disso, outros fatores também contribuem para essa seleção. Entre eles, estão a presença de vasos sanguíneos, as fibras de colágeno, os cristais de colesterol, as gotículas de lipídios e outros elementos estruturais.
Ainda, para complicar mais o entendimento deste mecanismo, pesquisadores descobriram que um mesmo resultado de cor pode ser obtido de diferentes maneiras em espécies distintas.
Isso tem explicação na genética. No entanto, os genes relacionados à cor dos olhos das aves são, em grande parte, desconhecidos.
Apenas recentemente foi identificado um gene específico da cor dos olhos em pombos. Três grupos de pesquisa descobriram que uma mutação em um gene chamado SLC2A11B resulta na ausência de pigmento pteridina amarelo, criando os conhecidos olhos pérola.
Até agora, no entanto, nenhum gene semelhante foi identificado em populações de aves selvagens.
A cor com função
Além da complexidade dos pigmentos e estruturas envolvidas, a cor dos olhos de aves ainda tem relação com outro aspecto: a comunicação. Especialistas acreditam que este aspecto físico pode servir como um meio de atrair parceiros durante a época de acasalamento.
Por exemplo, mostraram que os machos de algumas espécies usam íris coloridas para atrair fêmeas. Além disso, algumas garças e pelicanos apresentam olhos mais coloridos durante a temporada de acasalamento, o que pode desempenhar um papel na seleção de parceiros.
Em complemento, a comunicação entre as aves não se limita à atração – também pode envolver intimidação. Um estudo com gralhas demonstrou que a cor brilhante dos olhos as tornava mais hesitantes em se aproximar de ninhos, agindo como um mecanismo de defesa.
Embora essas descobertas sejam o início da compreensão sobre o tema, a pesquisa nesse campo ainda está em andamento. No futuro, serão necessários estudos com diversas outras espécies de aves para desvendar o mistério.