Por que os carros elétricos novos não vêm com rádio AM?
Em tempos de internet 5G, podcasts e música por streaming, a centenária tecnologia da rádio AM se aproxima cada vez mais de sua extinção. O passo mais claro nesse sentido foi dado por montadoras como Volkswagen e Mazda, que anunciaram recentemente que seus carros elétricos não contarão mais com rádio AM.
A decisão vai ao encontro de outras marcas, como , que também tiraram o item de seus carros elétricos. O motivo disso é puramente técnico: o motor dos carros elétricos gera um campo magnético que opera na mesma frequência do sinal AM, de 530 kHz a 1.700 kHz. Com isso, a recepção sofre interferências e o som se degrada, sendo tomado pela estática. O mesmo não acontece com o sinal FM, que opera em frequências diferentes.Até existem formas de driblar esse problema, utilizando materiais reforçados que isolem o motor. Porém, quanto maior sua potência, mais campo magnético ele gera; logo, maior é o custo para isolá-lo. Por isso que, entre manter o suporte à rádio AM e baratear o custo, as montadoras decidiram pela última opção.
A alegação delas é que poucos motoristas (menos de 5%, segundo dados da ) têm o costume de ouvir rádios AM. Além disso, elas argumentam que muitas das estações ainda poderão ser escutadas por meio de rádios online na internet, que estão acessíveis a partir da central multimídia do carro.Vozes descontentes
Por outro lado, o Congresso dos EUA não concorda com a extinção da rádio AM em veículos elétricos. Em maio, parlamentares — tanto do Partido Republicano quanto do Democrata — propuseram uma lei que obriga que todos os carros elétricos comercializados no país tenham recepção de rádio AM. A ideia é proteger os poucos ouvintes que ainda consomem essa forma de conteúdo.