Por um momento, a internet foi cativada pela ideia de lagartixas copulando loucamente num . A Rússia , mas o episódio nos deu a oportunidade de considerar um tópico de interesse científico legítimo — o sexo que os lagartos fazem no espaço.
O satélite russo que havia se perdido, o Foton-M4, lançado no espaço em 18 de julho, estava cheio de experimentos biológicos: lá havia desde moscas de frutas até cogumelos. Mas como nós somos seres cheios de luxúria, as manchetes se concentraram no experimento que envolvia uma lagartixa macho e quatro fêmeas que foram para o espaço fazer a coisa no estilo lagartinho. O Controle Espacial russo perdeu o controle da navegação do satélite, .
Antes de fazer qualquer piada sobre cientistas pervertidos — e digo isso como uma pessoa que já passou meses no laboratório assistindo a mosquinhas de fruta fazerem sexo — vamos considerar o mérito científico de enviar animais para o espaço com o único propósito de que eles façam sexo lá em cima. Já há décadas que os cientistas estudam os efeitos da microgravidade no esperma, nos óvulos e nos embriões. Além do benefício científico de entender melhor a reprodução, é preciso considerar uma visão de longo prazo — se os humanos um dia colonizarem o espaço, nós precisamos saber algumas coisas sobre como fazer sexo por lá. E as lagartixas são ótimas para começar.
Os mistérios do sexo no espaço
Nós sabemos uma coisa ou duas sobre reprodução no espaço e elas não são muito boas. Em 1979, foi uma das primeiras a enviar animais para o espaço com o propósito expresso de que eles fizessem sexo por lá. forma incumbidos de consegui-lo.
Duas ratinhas ficaram prenhes, mas os filhotes nunca chegaram a nascer, o que sugere que alguma coisa deu errado no processo de gestação. Isso não é surpreendente, . Os cientistas descobriram que a contagem de esperma dos camundongos machos caiu e seus testículos encolheram. As notícias não foram melhores para as fêmeas, cujos ovários começaram a desligar depois de algum tempo na microgravidade.
E há um segundo problema com a reprodução no espaço: radiação. O campo magnético da Terra normalmente nos protege das partículas subatômicas de alta-energia que de outra forma poderiam penetrar nas células do nosso corpo e no nosso DNA. Estações espaciais como a ISS são revestidas de polietileno para proteger da radiação, mas ainda assim lá é mais perigoso do que na Terra. Sem proteção adequada contra a radiação, determinaram os cientistas, o DNA dos embriões pode ficar tão danificado que eles simplesmente não crescem.
A NASA agora está estudando os efeitos da radiação no esperma usando um programa chamado . Esperma de rato está passando um, doze e depois 24 meses na ISS antes de ser usado para fertilizar óvulos quando ele é trazido de volta para a Terra.
Mas nem todo sexo feito no espaço é tão terrível. Bebês animais foram concebidos no espaço e não deve ser surpresa que a primeira espécie a conseguir a façanha foi a barata (que seguramente herdará a Terra e todas as nossas naves espaciais quando nós morrermos). Em 2007, uma barata russa chamada Hope (Esperança) depois de uma viagem de 12 dias ao espaço.
E agora que a Rússia recuperou o controle do satélite, eles podem ter a chance de estudar pequenas lagartixas que foram concebidas no espaço. Mas por que eles escolheram lagartixas? Bom, quando a Rússia lançou um satélite similar no ano passado para estudar vários animais, incluindo ratos, gerbilos da Mongólia, peixes, caracóis e nossas amadas lagartixas, , essas lagartixas “estão prontas para serem astronautas”. Como têm sangue-frio, elas provavelmente são menos exigentes e precisam de menos comida para dois meses no espaço.
Mas e os humanos?
Embora haja rumores que afirmam o contrário, não há de que humanos já tenham feito sexo no espaço. Até onde me consta, esperma ou óvulos humanos nunca foram levados ao espaço fora do corpo dos astronautas e a NASA . Mas esperma humano já foi colocado numa simulação de microgravidade dentro de uma câmara e o resultado foi a . Dados sobre experimentos com animais — incluindo as lagartixas — podem render alguns insights sobre os efeitos dos voos espaciais que sejam aplicáveis à fertilidade humana.
Mas será que o sexo no espaço seria bom? Náusea e diminuição do fluxo sanguíneo são coisas que acontecem na microgravidade. A física do sexo no espaço seria… esquisita, embora já tenha sido feito.
Mas todas as evidências apontam para a física do espaço sendo cruel com nossos corpos terráqueos. Mas se isso não nos impediu de ir ao espaço e até ficar lá por longos períodos, é possível que no futuro, quando os voos privados ao espaço forem comuns, haja alguns clubes especializados em sexo por lá. E essas cinco bravas lagartixas terão desempenhando um importante papel quando tudo isso for possível.
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