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Por que a NASA edita as fotos do James Webb antes de divulgá-las

Fotos do Telescópio Espacial James Webb são editadas para ganhar cores antes de serem divulgadas para o público. Entenda
Imagem: NASA's James Webb Space Telescope/Flickr/Reprodução

O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, comemorou seu primeiro aniversário este mês, com direito a um compilado de suas imagens históricas aqui no Giz Brasil. Mas essas impressionantes fotografias não são transmitidas diretamente a partir do telescópio em cores.

Isso porque os sensores do Webb capturam fotos em cinza escuro. Por isso, muito detalhes ficam ocultos. E mesmo os que são visíveis, ainda são difíceis de entender para quem não tem formação científica. Sendo assim, o trabalho da dupla ajuda a revelar galáxias distantes, regiões detalhadas de formação de estrelas e mais. Em entrevista ao , os profissionais Joe DePasquale e Alyssa Pagan explicaram os bastidores da profissão.

Como acontece a edição das fotos do James Webb

Primeiramente, os processadores devem baixar os dados brutos do Telescópio Espacial James Webb. Os dados são baixados como arquivos do Sistema Flexível de Transporte de Imagem (FITS), formato de arquivo digital comumente usado em astronomia. Para trabalhar com os arquivos, eles precisam de um software especial. Pagan usa o FITS Liberator, enquanto DePasquale opta pelo PixInsight. Depois, manipulam os pixels em um processo de “alongamento”. Isso aumenta o valor de alguns tons médios, permitindo que alguém veja os dados ocultos na escuridão”, explica o site. Como nas edições comuns, eles equilibram detalhes e ruído. E em algumas partes do processo, até usam Photoshop. Além disso, a dupla também trabalha ao lado de cientistas para garantir que as imagens reflitam com precisão os resultados das pesquisas e preservem a integridade dos dados.

“Quando eles veem seus dados em cores pela primeira vez, ficam muito empolgados”, diz Pagan. Ela ainda acrescenta que, às vezes, as imagens com cor ajudam os cientistas a enxergar os dados de novas maneiras e, assim, informar observações futuras e estudos.

Imagens do telescópio ganham cor

Outro ponto importante é tornar as imagens atraentes, de modo que ajudem a transmitir conceitos científicos complexos. A escolha de cores, aliás, é baseada em ciência rigorosa. Ao coletar dados, o James Webb usa uma ampla gama de filtros, que permitem a passagem apenas de bandas estreitas específicas de comprimentos de onda. Cada uma das imagens filtradas, ainda cinza, é atribuída a um canal de cor específico. Quando as camadas coloridas são combinadas, a composição colorida toma forma.

Os processadores de imagens científicas dependem de uma “ordem cromática” para aplicar cor às imagens. Entre filtros de comprimento de onda mais curtos a mais longos, eles aplicam informações de cores azul, verde e vermelho. Como o telescópio tem muitos filtros, eles também podem usar laranja, amarelo, ciano, roxo ou outras cores para refletir melhor os dados. Por fim, vale lembrar que olho humano não vê nos mesmos comprimentos de onda de luz que o James Webb. Ou seja, se alguém chegasse à Carina ou à Nebulosa da Tarântula, seus olhos não veriam o mesmo que o telescópio. Confira a imagem da Nebulosa Carina abaixo:
Nebulosa Carina, capturada pelo James WebbNebulosa Carina. Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

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Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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