Por decisão do Google, Tradutor não vai funcionar mais na China

Em comunicado, o Google afirmou que desligou o serviço Tradutor na China por causa do "baixo número de acessos". Companhia tenta entrar no país desde 2010
Por decisão do Google, Tradutor não vai funcionar mais na China
Imagem: Sarah Blocksidge/Pexels/Reprodução

A Alphabet, que controla o Google, decidiu encerrar a operação do Google Tradutor na China nesta segunda-feira (3). Esse era um dos últimos serviços da companhia que ainda funcionavam no país asiático. 

Agora, o aplicativo e site do Google Tradutor exibem uma barra de pesquisa e link que redireciona os usuários chineses para a página do serviço em Hong Kong, que está bloqueada no continente. 

O recurso de tradução integrado ao navegador do Google Chrome também não funciona mais para usuários da China, relataram usuários do serviço nas mídias sociais chinesas. 

Em comunicado , o Google afirmou que o serviço parou de funcionar na China por causa do “baixo uso”. A big tech não informou quantos usuários usavam a ferramenta. 

Tensão com a China 

Não é a primeira – e provavelmente nem a última – vez que o Google desliga dispositivos na China. Em 2010, a companhia norte-americana retirou seu mecanismo de busca do mercado chinês ao se recusar a cumprir as regras do país. 

Em seguida, Pequim bloqueou serviços do Google, como o Gmail e Google Maps. O Google Tradutor começou a funcionar na China continental em 2017 através de um domínio chinês e competiu com outros tradutores de empresas populares, como Baidu e Sogou. 

Em 2019, a Alphabet lançou um mecanismo de busca exclusivo para o país, seguindo as regras locais, mas encerrou o projeto pouco depois, após receber uma enxurrada de críticas. 

Pequim determina tudo o que entra e sai do país, incluindo o conteúdo que circula na internet. O modelo é conhecido como Grande Firewall da China, em alusão à muralha milenar construída no país. Ele bloqueia a maioria das plataformas e serviços de redes sociais ocidentais, em especial dos EUA, como Google, Facebook e Twitter. 

Do lado de lá, as plataformas chinesas cumprem uma série de limitações e barram palavras-chave e tópicos classificados pelas autoridades chinesas como “sensíveis”.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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