“Poltergeist” faz 40 anos: o terror caseiro de Spielberg segue impactante

“Poltergeist foi” lançado em 1982 e, quatro décadas depois, o clássico de terror segue totalmente perturbador e envolvente. Confira os segredos do roteiro e direção
Poltergeist
Imagem: Divulgação/Reprodução

Tem clássico do terror fazendo aniversário! “Poltergeist”, lançado em junho de 1982, escrito e produzido por Steven Spielberg, e dirigido por Tobe Hooper, marcou uma geração de cinéfilos com seu “terror de interiores”, passado dentro de casa.

A trama traz o velho enredo de pessoas que se mudam para um novo local e coisas sobrenaturais começam acontecer, revelando verdades profundas. Parece uma história surrada. Mas tinha algo diferente em “Poltergeist”. O dedo de Spielberg no roteiro –ele não pôde dirigir porque estava trabalhando em “E.T.” no mesmo ano.

Em “Poltergeist”, ele idealizou um cenário de crítica social onde uma família branca, por questões de segurança, se estabelece nos subúrbios da Califórnia num fenômeno conhecido por Era uma fuga dos bairros mais diversificados para criar comunidades racialmente homogêneas, onde poderiam acumular riquezas para si mesmos. 

A trama gira em torno de Steve Freeling (Craig T. Nelson), um pai amoroso com sucesso em seu trabalho no ramo imobiliário. Ao lado de sua esposa, Diane (JoBeth Williams), eles criam três filhos sem muita preocupação com o mundo.

Isso até que a caçula, Carol Anne (Heather O’Rourke), cria uma relação com a televisão (outro toque de mestre de Spielberg: colocar um elemento de apelo popular na trama). A menina fica observando a tela pós programação e é sugada para um portal em outra dimensão, onde ela só pode ser ouvida verbalmente.

Os pais fazem de tudo para trazê-la de volta e salvá-la de forças desconhecidas que caíram em sua casa. Eles chamam especialistas, instalam equipamentos e tentam manter a esperança de que voltar à normalidade.

À medida que o sonho suburbano se torna um pesadelo, o caos consome a casa. O que originalmente era apenas uma mobília em movimento, com o tratamento da produção, virou algo muito ameaçador. Luzes piscando e o excelente uso da trilha sonora formam um filme envolvente. 

No entanto, é nos momentos mais calmos que o filme brilha. Quando Steve Freeling conversa com seu chefe sobre a construção de mais empreendimentos, ele descobre que o condomínio foi construído em cima de um antigo cemitério. Também é informado que sua casa estava em cima de túmulos. 

Porém, Steve parece aceitar a explicação de que eles foram transferidos para outro lugar. Outra pérola do roteiro: tudo não passa de mentira. Os túmulos foram realmente violados com suas lápides removidas e o resto dos corpos deixados para trás. A família Freeling estava vivendo no topo da morte, literalmente.

De início, a família é visitada por fantasmas, que se manifestam apenas movendo objetos pela casa, mas gradativamente vão aterrorizando-os cada vez mais, chegando a sequestrar a caçula através do televisor. Os pais se desesperam e uma especialista em fenômenos paranormais sugere que eles busquem a ajuda de uma mulher com poderes mediúnicos.

Por acaso, em um canal de TV sem sinal, a família pode ouvir sua voz e se comunicar com a garota. Os Freeling procuram uma equipe de parapsicólogos e uma poderosa médium para trazer Carol Anne, de volta, mesmo tendo que enfrentar um mundo desconhecido, espíritos furiosos e manifestações demoníacas dentro da própria casa.

O grupo reunido descobre que a entrada para a outra dimensão é através do armário do quarto das crianças, enquanto a saída é através do teto da sala de estar.

E assim se desenvolve o terror até as sensacionais cenas da “limpeza” da casa. Todo esse enredo tornou “Poltergeist” uma explosão comercial, arrecadando mais de US$ 76 milhões, ganhando três indicações ao Oscar e conquistando a maior bilheteria em filmes de terror de 1982, além do oitavo mais visto no geral. “Poltergeist” teve duas sequências “Poltergeist 2, O Outro Lado” (1986) e “Poltergeist 3” (1988), mas sem a mesma repercussão a não ser pela tragédia da morte da atriz Heather O’Rourke (Carol Anne). Uma doença incomum, estenose congênita intestinal, provocou sua morte aos 12 anbos de idade durante as filmagens da terceira parte em 1988.

Para aqueles que querem relembrar ou assistir “Poltergeist” pela primeira vez, o longa está disponível no catalogo da HBO Max. 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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