Polêmica em “The Crown” faz Netflix adiar documentário do casal Harry e Meghan Markle
De acordo com o Deadline, a decisão foi tomada após as críticas feitas pelo ex-primeiro-ministro britânico John Major ao enredo da quinta temporada de "The Crown"
Para quem esperava ver mais uma produção sobre a realeza britânica, vai ter que esperar até o ano que vem. Isso porque, segundo o , a Netflix decidiu adiar o documentário do príncipe Harry e Meghan Markle para 2023, depois de enfrentar fortes críticas antes do lançamento da quinta temporada da série “The Crown”.
Anteriormente, o documentário estava programado para ser transmitido na Netflix em dezembro, após o lançamento de “The Crown” em 9 de novembro. Ainda de acordo com o portal norte-americano, a decisão foi tomada após as críticas feitas pelo ex-primeiro-ministro britânico John Major sobre o enredo do primeiro episódio da quinta temporada de “The Crown”.O Deadline ainda revelou que diversas pessoas já iniciaram fortes críticas direcionadas à produção e afirmou que não seria apropriado o serviço de streamings falar sobre as polêmicas da família real na década de 1990, ainda mais que a maioria delas envolve o agora rei Charles 3º, pouco tempo antes de sua coroação.
Em um dos trechos do capítulo, ainda inédito, o então príncipe Charles (Dominic West) queixa-se com Major (Johnny Lee Miller) de ter que esperar a morte da mãe, Elizabeth (Imelda Staunton), para assumir o trono. Intitulado “Síndrome da Rainha Vitória”, assim chamado por causa dos 63 anos da rainha Vitória no trono, o capítulo é baseada em uma pesquisa real que foi veiculada no Sunday Times, que argumentou que a monarquia era datada e que a rainha Elizabeth deveria abdicar em favor do filho.
O drama apresenta cenas de Charles concordando em particular com uma passagem do Sunday Times, de 1991, que diz: “uma monarca envelhecida, há muito tempo no trono, cujo afastamento do mundo moderno levou as pessoas a se cansarem não apenas dela, mas da própria monarquia”.
Por outro lado, o Major declarou à imprensa que tal reunião entre ele e Charles jamais existiu e não passa de uma “bobagem maliciosa” inventada pela série. Outras figuras do Reino Unido passaram o fim de semana atacando a série que ainda não viram, muitas vezes confiando em relatórios imprecisos sobre o que contêm os episódios da 5ª temporada. Jonathan Dimbleby, famoso apresentador britânico e amigo do rei afirmou ao : “Eu não tenho paciência com esse tipo de lixo”, ao ser perguntado sobre o assunto.
Sally Bedell Smith, biógrafa de Charles, ainda afirmou que imprecisões no roteiro de “The Crown” poderiam causar grandes consequências para o novo rei. “O show se tornou um trem desgovernado. Mas acho importante chamar a atenção para grandes descaracterizações e invenções”, disse ela ao jornal. “As consequências das inexatidões são maiores agora que ele é o monarca”.
As críticas chegam depois que Jemima Khan, conhecida por frequentar os círculos sociais da realeza e que serviu como consultora de “The Crown”, abandonou a produção em novembro. “Foi muito importante para mim que os anos finais da vida do meu amigo fossem retratados com precisão e compaixão, como nem sempre aconteceu no passado”, disse ela ao Sunday Times.
Depois de diversos comentários negativos, os executivos da Netflix sentiram que seria imprudente lançar “The Crown” em novembro, seguido pelo documentário sobre Harry e Meghan Markle em dezembro.
Além disso, o duque e a duquesa de Sussex também desejam fazer algumas mudanças no programa após a morte da rainha. Paralelo a isso, houve algumas controvérsias em torno da série depois que os produtores da gigante de streaming levantaram preocupações sobre os comentários feitos por Harry em frente às câmeras, pareciam contradizer com os relatos escritos por ele em um livro de memórias que ainda não foi lançado.
Procurada, a Netflix disse ao Deadline que “nunca houve nenhum documentário do duque e da duquesa de Sussex confirmado”. O portal norte-americano entrou em contato com Archewell para comentar o assunto, mas não houve retorno.