Ciência
Plantar árvores reduz carbono, mas ameaça a biodiversidade, diz estudo
Plantações de árvores para captura de carbono podem degradar diretamente os ecossistemas, mostra um novo estudo
Imagem: Freepik/Reprodução
Com o aumento da preocupação sobre o lançamento de carbono na atmosfera, as plantações comerciais de árvores têm ganhado força numa tentativa de compensar o excesso de emissões de carbono. Essa prática, entretanto, pode ser danosa para a biodiversidade.
Segundo um novo estudo elaborado por pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade do Texas, as plantações de árvores para captura de carbono geralmente são monoculturas, o que significa que são plantadas com apenas uma espécie de árvore.Isso pode levar à perda de biodiversidade, pois as plantações suportam menos espécies de plantas e animais do que os ecossistemas naturais.
Além disso, ainda conforme o estudo, as plantações de árvores para captura de carbono podem degradar diretamente os ecossistemas. Gerando a redução no fluxo de córregos, esgotando as águas subterrâneas e acidificando os solos.
“A tendência atual de plantio de árvores focada em carbono está nos levando ao longo do caminho da homogeneização biótica e funcional em larga escala para pouco ganho de carbono”, escrevem os autores no estudo publicado na revista .“Uma área equivalente à área somada total dos EUA, Reino Unido, China e Rússia teria que ser florestada para sequestrar um ano de emissões”, explicam.
Estudando a captura de carbono
Os cientistas se debruçaram em outros 184 estudos que analisam o impacto da prática de plantações comerciais na captura de carbono. Assim, os autores descobriram que plantações geralmente são menos biodiversas do que os ecossistemas naturais. Além disso, podem degradar diretamente os ecossistemas. Eles alertam que o boom das plantações de captura de carbono está sendo impulsionado pelo dinheiro, não pela conservação de fato do meio ambiente.Como solução, o artigo aponta que é preciso que as políticas públicas priorizem a conservação e a restauração de ecossistemas intactos, que são mais biodiversos e fornecem mais serviços ecossistêmicos.