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Brasileiros identificam planeta com anel afastado e confundem teorias astronômicas

A distância em que está localizado o anel ao redor do planeta anão Quaoar desafia tese que valia desde o século 19. Entenda

Brasileiros identificam planeta com anel afastado e confundem teorias astronômicas

Imagem: University of Sheffield/Nature/Reprodução

Um estudo recém-publicado na revista científica desafia uma teoria do século 19 que, por muito tempo, norteou os estudos sobre a formação de anéis planetários no Sistema Solar.

O estudo foi liderado por um pesquisador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e contou com a participação de cientistas da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) e  instituições de outros países. 

O relatório tem como foco um planeta anão chamado Quaoar. O corpo celeste de 1.000 km de diâmetro é considerado um objeto transnetuniano, já que orbita além de Netuno

O que atraiu a atenção de cientistas foi o anel que cerca esse planeta. A joia foi observara durante um evento de ocultação, em que o corpo celeste passou em frente a uma estrela, permitindo que os telescópios na Terra registrassem sua silhueta. 

Não entendeu muito bem? É só pensar nos eclipses. Ao invés da estrela ser totalmente coberta, como ocorre com o Sol, os cientistas notaram duas quedas menores na luz do astro, antes e depois da chegada da sombra planetária, o que indicava a presença dos anéis. 

Limite de Roche

A presença das joias em um corpo rochoso menor ainda não é o ponto mais interessante do estudo. Na verdade, o que impressiona é a distância entre o planeta e seu anel. 

Mas antes, precisamos falar sobre o limite de Roche. Até então, cientistas acreditavam que tudo que estava dentro desse limite em um planeta seria fragmentado devido a ação da força de maré, relacionada à gravidade. Por outro lado, tudo que estivesse fora seria íntegro, como as luas.

O limite de Roche em Quaoar seria de 1.780 km, mas seu anel está a 4.100 km de distância, desafiando a teoria levantada no passado. Em estudos futuros, os cientistas devem tentar responder por que o material está fragmentado, mesmo que tão distante do planeta.

Além disso, a equipe deve continuar focando no estudo desse planeta transnetuniano. Objetos como esse são vistos como fósseis praticamente intactos da formação do Sistema Solar, sendo assim capazes de mostrar como o sistema se formou e evoluiu até os dias de hoje.

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