O Antigo Egito tinha uma fragrância única para a alta sociedade: o perfume mendesiano. Pesquisadores sugerem que a loção tenha sido usada até mesmo por Cleópatra, a emblemática rainha do Reino Ptolemaico.
O nome da fragrância remete a cidade de Mendes, onde era produzido. Hoje, o espaço é conhecido como Tell Timai e é alvo de explorações arqueológicas.
Em 2012, pesquisadores chegaram a descobrir no local uma fábrica de perfumes, que pode ter sido responsável pelo célebre odor do passado. Mas fica a questão, qual cheiro era esse digno de tanto sucesso?
Numa tentativa de tentar descobrir o mistério, pesquisadores coletaram resíduos encontrados no fundo de ânforas – vasos antigos utilizados para armazenar produtos.
Então, em 2019, uma equipe de cientistas conseguiu recriar o suposto perfume da Cleópatra. A base da composição era a mirra, resina aromática extraída de uma planta homônima. Havia ainda cardamomo, canela e azeite de oliva.
Mas nem todos os pesquisadores consideram a receita conclusiva. Robert Littman, arqueólogo envolvido na descoberta inicial da fábrica, pretende ainda analisar os resíduos para confirmar que os vestígios se tratam realmente de perfume.
A confirmação só não foi feita por causa da . Os cientistas haviam recebido autorização para mover a ânfora do campo para o laboratório, mas não conseguiram retornar ao Egito no prazo estipulado devido às restrições impostas nos últimos dois anos. Agora, aguardam uma nova permissão para dar andamento à investigação.
O cheiro do perfume de Cleópatra é só mais um dos odores do passado que os pesquisadores pretendem elucidar. permitem que os cientistas decifrem as substâncias aromáticas preservadas em diferentes recipientes do passado.
Além de ânforas e panelas, os arqueólogos também podem observar os detritos encontrados nas lixeiras de cidades antigas e até mesmo o tártaro endurecido em restos humanos mumificados. Muito mais do que o visual e sons mostrados por obras fictícias, poderemos ainda imaginar com precisão os cheiros do passado.