Foram testadas 143 amostras de pó retiradas de furos de perfuração de área da mina do Sossego, selecionada por ter teores heterogêneos de cobre. As amostras foram preparadas e analisadas em laboratório, com o uso de três técnicas: pXRF, a espectrometria de absorção atômica em chama e a fluorescência de raios X por dispersão em comprimento de onda. Além disso, para certificar a performance do pXRF, amostras de 5 materiais de referências certificados, com concentrações de cobre já conhecidas, foram analisadas por esta técnica.
Usadas com frequência pela mineração, a fluorescência de raios X por dispersão em comprimento de onda e a espectrometria de absorção atômica em chama são técnicas que exigem preparos mais complexos das amostras para análise e são, portanto, mais demoradas que o aparelho portátil – pXRF. A fluorescência de raios X precisa de equipamentos de bancada e depende de um processo de preparação das amostras para análise, com a utilização de alguns produtos. Ela também é mais cara em relação ao equipamento portátil, que dispensa o uso de materiais. A espectrometria, por outro lado, gera resíduos químicos cujo descarte se torna problemático.
A análise com uso do aparelho portátil pode ser realizada em até 3 minutos, sem geração de resíduos químicos tóxicos. Isso é especialmente relevante para empresas mineradoras que necessitam realizar a análise em muitas amostras de frente de lavra para exploração. “Os teores de cobre obtidos com o aparelho portátil foram altamente assertivos, o que demonstra a qualidade da técnica e eficiência do pXRF”, menciona Paula Godinho Ribeiro, pesquisadora filiada ao ITV e coautora do trabalho.
Os autores do estudo observaram ainda que o pXRF pode ser usado para determinar a concentração de cobre em atividades de rotina nas áreas de exploração mineral. “O método pode melhorar a produtividade e assertividade da mineração ao apontar de forma rápida o teor do elemento presente na rocha/solo”, comemora Ribeiro. Os próximos estudos pretendem expandir a análise para outras áreas de exploração mineral. “É um método portátil, não destrutivo, de baixo custo e auxilia as equipes minerais para a tomada de decisões de forma mais rápida e sem perder a qualidade nas análises químicas”, conclui a pesquisadora.