Perda auditiva por ouvir música alta pode ser evitada, diz estudo
Ouvir música alta em fones de ouvido pode ser agradável para muitas pessoas, mas fora a sensação de bem-estar, causa diversos danos à audição, como já alertavam diversas mães. Além disso, o próprio envelhecimento leva a perda auditiva.
Até então, essa surdez era considerada irreparável – exceto pelo uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares. Agora, em artigo publicado na revista , pesquisadores descrevem o mecanismo genético que causa esse tipo de perda auditiva.
O novo estudo pode ser base para o desenvolvimento de tratamentos que tornam a surdez evitável.
Entenda a pesquisa
Em geral, a pesquisa utilizou descobertas de estudos anteriores, que evidenciavam o papel do gene TMTC4 em diversos casos de perda auditiva – tanto em animais quanto em um tipo raro de surdez hereditária em humanos.
Em ambos os casos, mutações nesse gene desencadeiam um efeito molecular em cascata, chamado de resposta de proteína desdobrada (UPR, na sigla em inglês). Por fim, isso leva à morte das células capilares na orelha interna.
O novo estudo descobriu que escutar sons muito altos ou usar medicamentos como o cisplatino, uma forma comum de quimioterapia, desencadeiam o mesmo mecanismo que a mutação no gene TMTC4.
Em geral, esses gatilhos também ativam a UPR nas células capilares. Dessa forma, pesquisadores acreditam que a resposta de proteína desdobrada pode ser a base de vários tipos diferentes de surdez.
“Agora temos evidências sólidas de que TMTC4 é um gene da surdez humana e que a UPR é um alvo real para prevenir a surdez”, afirma Dylan Chan, cientista envolvido na pesquisa.
Avanço na ciência
Agora, os pesquisadores acreditam que podem traduzir essa descoberta para prevenir a perda auditiva causada pelo envelhecimento e pela exposição a sons muito altos, chamada de surdez progressiva.
“Se houver alguma maneira de impedirmos a morte das células capilares, é assim que conseguiremos evitar a perda auditiva”, disse Chan.
Atualmente, já existem vários medicamentos que bloqueiam a UPR, assim, impedem a perda auditiva. Mas, por enquanto, eles se mostraram eficazes apenas em ratos de laboratório. Cientistas esperam testar esses medicamentos em pessoas que estão em risco de perder a audição.