“Pelé quebrou meu dedo”, diz Stallone sobre “Fuga Para a Vitória”, filme com o Rei

"Me senti intimidado", contou Stallone, ao lembrar das cenas com Pelé em "Fuga Para a Vitória", filme de 1981 que conta a história de prisioneiros que disputam um jogo com soldados na Alemanha nazista. Saiba mais!
“Pelé quebrou meu dedo”, diz Stallone sobre "Fuga Para Vitória", filme com o Rei
Imagem: HuntleyFilmArchives/YouTube/Reprodução

O Rei Pelé, que morreu na quinta-feira (29), aos 82 anos, já foi o responsável por quebrar o dedo do astro norte-americano Sylvester Stallone, seu colega de cena no filme “Fuga Para a Vitória”, lançado em 1981. 

Em de fevereiro de 2021 no evento “An Experience With”, em Londres, Stallone contou que tentou pegar um chute de Pelé a gol – o que acabou fraturando seu dedo mindinho. “[A bola] parecia um canhão”, contou. 

“O Pelé estava lá e eu já havia ouvido sobre ele e disse: ‘Vou jogar de goleiro”. Ele respondeu: ‘Sério? Você já fez isso?”. O ator, conhecido por interpretar o boxeador Rocky Balboa e o soldado John Rambo, reconheceu que nunca havia defendido o gol, mas iria arriscar. 

“Ele me avisou: ‘Você fica aqui no gol, eu vou chutar a bola e você não vai conseguir fazer nada’. Pensei que era bobagem”, lembrou. Mas Stallone não contava com a força do chute de Pelé. Ele conta que nem conseguiu ver a primeira bola – só a ouviu quando bateu na rede do gol. 

Foi então que “desafiou” Pelé para uma segunda tentativa. “No segundo chute, eu consegui colocar a mão na bola e ouvi um estalo. Passou pela minha mão, quebrou meu dedo, rasgou a rede e derrubou as barracas de arame. Eu só consegui reverenciar”. 

//www.youtube.com/watch?v=kkhckoOteXs

Astro dos gramados

Em “Fuga Para a Vitória”, dirigido por John Huston, Pelé e Stallone se unem para vencer um time de futebol dos nazistas do ditador alemão Adolf Hitler. A partida reúne os jogadores alemães e prisioneiros de guerra. 

No longa, o astro norte-americano é um goleiro pouco talentoso, enquanto Pelé é o líder da equipe. Além de Pelé, o argentino Osvaldo Ardiles, campeão mundial em 1978, também atua no longa. Assista ao trailer: 

Há comentários de bastidores de que, no roteiro original, quem marcaria o gol de bicicleta que daria a vitória aos prisioneiros da guerra seria Stallone. Mas, como o ator mostrou muita dificuldade em completar as jogadas, precisou aceitar o papel de goleiro. 

Em outra entrevista de Stallone gravada à época do lançamento do filme, o ator diz que se sentiu intimidado por atuar ao lado de Pelé. “Jogar ao lado do melhor jogador do mundo sempre causa uma certa intimidação”, . “Mas foi uma ótima experiência, sou muito grato por isso”. 

Ao saber da morte de Pelé, Stallone homenageou o antigo colega de cena no Instagram. “Pelé, o Grande! Descanse em paz. Este era um bom homem”, escreveu. 

//www.instagram.com/p/CmxDfqjJwxA/

Pelé ator 

Ao comentar sobre o filme para a , em 2020, Pelé relembrou a época em que contracenou com o intérprete de Rocky Balboa. “Dos filmes em que atuei, o que me deu mais prazer e reconhecimento foi, sem dúvida, ‘Fuga Para a Vitória”. 

“Na época, jogava no Cosmos de Nova York e tive a chance de contracenar com Sylvester Stallone e Michael Caine. Se tivesse que me dar uma nota como ator, bem, acho que daria dez”, brincou. 

Isso porque, à época de “Fuga Para a Vitória”, Pelé já tinha tido a experiência de atuar em “O Rei Pelé”, do cineasta argentino Carlos Hugo Christensen, lançado em 1962. 

“Pelé deu algum trabalho, porque nunca foi um ator profissional. Mas era sensível, sincero e malandro para se sair bem. Trabalhamos para que ele não ‘interpretasse’, mas, sim, agisse naturalmente em cena. Ele foi correto, e a coisa funcionou”, contou o diretor. 

Ao longo da vida, o Rei do futebol participou de outros filmes, como “Os Trombadinhas” (1979), de Anselmo Duarte, e “Pedro Mico” (1985), de Ipojuca Pontes.

E também de novelas. Protagonizou “Os Estranhos”, na extinta TV Excelsior, em 1969. Ali, deu vida a Plínio Pompeu, escritor de sucesso que faz amizade com extraterrestres. À época, Pelé conciliava a rotina de gravações com os treinos e jogos do Santos. 

“Durante minha carreira de jogador, sempre amei o mundo dos artistas”, escreveu o Rei no Instagram. “E sempre amei o Brasil e levei o Brasil comigo, em todo lugar que estive. Foram aventuras incríveis. Eu sempre vou amar a música e a cultura brasileiras!”

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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