Pandemia pode ter deixado gatos mais carinhosos
Cientistas explicam que isso pode ter acontecido devido ao aumento de atenção dos donos, que buscaram mais contato físico
Um novo estudo, publicado no , sugere que o tempo extra sendo mimado por seus humanos durante o isolamento social fez com que muitos gatos parecessem mais afetuosos. Isso pode ser uma surpresa para alguns, dada a reputação dos bichinhos de serem indiferentes.
Uma equipe liderada por pesquisadores das Universidades de York e Lincoln, no Reino Unido, entrevistou 5.323 pessoas com animais de companhia, incluindo cavalos, répteis, pássaros e peixes, gatos e cães, para ver qual é foi o efeito que a mudança da rotina dos humanos tiveram sobre eles. “Eu tenho dois gatos de resgate — um era muito nervoso, mas ela está muito mais calma agora que estou em casa todos os dias”, disse um participante do estudo.
Assim como ele, mais de 65% dos respondentes relataram mudanças no comportamento de seus animais. No geral, eles relataram melhorias no comportamento das espécies. No entanto, os cães exibiram as alterações mais negativas. “Meu cachorro ficou muito mais carente e uiva se eu sair de casa sem ele, mesmo que seja só para fazer jardinagem e ele puder me ver”, explicou outro dono. “Voltar ao trabalho será muito difícil.”
Cerca de 10% dos donos de cães, gatos e cavalos notaram que seus animais de estimação ficaram incomodados com as mudanças, mas até 30% descobriram que eles pareciam mais relaxados e 15% observaram que seus pets ficaram mais enérgicos e brincalhões. Cerca de um terço dos proprietários, principalmente de cães e gatos, notaram que seus companheiros os seguiam mais do que o normal.
Emily Shoesmith e sua equipe, da Universidade de York, também examinaram a saúde mental dos donos antes e durante da pandemia para ver se isso estava associado a alguma das mudanças. “Nossas descobertas indicam que saúde mental mais afetada pode aumentar a atenção dada ao animal de companhia”, disse Shoesmith. “O envolvimento empático pode afetar o relato de quaisquer mudanças, tanto positivas quanto negativas, no bem-estar animal e no comportamento.”
Além disso, a equipe suspeita que a percepção de aumento da afeição observada em 35,9% dos gatos é possivelmente devido a mudanças no comportamento do dono, com os humanos buscando mais companhia e contato físico próximo. Isso pode ter encorajado os gatos a buscarem mais guloseimas e outros recursos de seus donos, eles sugerem.
A pesquisa contribui para estudos que também sugerem que mudanças em nossos hábitos têm um impacto significativo sobre os animais com quem compartilhamos nossas vidas. Bem como demonstra que os pets apreciam quando passamos mais tempo com eles.