“Palworld” se inspira em “Pokémon”, mas não comete plágio, explica advogado
Apesar das semelhanças entre “Palworld” e “Pokémon” serem bastante claras, não é tão simples dizer que existe plágio, somente com capturas de tela e análises superficiais das redes sociais. Para entender melhor a história, o Giz Brasil conversou com um advogado especializado em jogos.
Como a polêmica começou
Palworld deu início ao período de acesso antecipado, em 19 de janeiro, e logo se tornou um sucesso. Em apenas uma hora, o jogo vendeu 1 milhão de unidades e bateu recordes no Steam. Em três dias, porém, foram 5 milhões de cópias vendidas, ultrapassando sucessos da plataforma da Valve como “Counter-Strike 2” e “PUBG”.
12. Luxray. I heard this one was removed from the game, though as someone who will not be buying it I can’t confirm that nor if it’s similarity to luxray was why — Cecilia Fae 🍂 (@CeciliaFae)
Inspiração é diferente de plágio
Em entrevista ao Giz Brasil, o advogado especialista no mercado de games Marcelo Mattoso explicou que “obras inspiradas em outras obras não caracterizam plágio”. Para ele, há inspirações de “Pokémon” em “Palworld”, assim como em “Digimon”, “Monster Rancher” e diversas outras franquias que apostam na mecânica de batalha entre monstros.
A Nintendo costuma processar casos específicos
“Recebemos muitas perguntas sobre um jogo de outra empresa lançado em janeiro de 2024. Não concedemos nenhuma permissão para o uso de propriedade intelectual ou elementos de Pokémon nesse jogo. Pretendemos investigar e tomar as medidas adequadas para resolver quaisquer atos que violem os direitos de propriedade intelectual relacionados à franquia Pokémon. Continuaremos a valorizar e nutrir cada Pokémon e seu mundo, e trabalharemos para unir o mundo por meio dos Pokémon no futuro”.The Pokémon Company.
Pikachu mining
— Sportskeeda Gaming (@skesportsgaming)
This is wild 😭
“Tem vários jogos nessa temática de captura, treinamento, batalhas… E a Nintendo nunca fez nada. O que ela faz é quando de fato alguém utiliza a propriedade intelectual, como o Pikachu, o Bulbassauro, o Charizard. Nesse caso, eles derrubam, como derrubaram ROMs e sites de emulação. A Nintendo é conhecida por isso. Agora, o conceito de monstrinhos de batalha não pode ser exclusivo da Nintendo. Qualquer um pode utilizar, desde que não use a propriedade intelectual da Nintendo”.Marcelo Mattoso, sócio do escritório Barcellos Tucunduva Advogados (BTLAW) e especialista em mercado de games e esports.
O antigo chefe da divisão jurídica da Pokémon Company, inclusive, disse em uma entrevista ao que o jogo de sobrevivência “parece com os absurdos usuais que eu via mil vezes por ano” e que estava “surpreso do jogo ter chegado tão longe”. Mesmo assim, “Palworld” continua sendo um dos jogos mais acessados do Steam.