A nação de Tuvalu é formada por nove ilhas do Oceano Pacífico. O problema é que elas estão altamente ameaçadas pelas mudanças climáticas. Cerca de fica submerso durante a maré alta, e a previsão é que todo o país seja coberto pelo mar até o final do século.
O cenário preocupante fez com que Simon Kofe, ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu, anunciasse medidas extremas durante a COP27. Segundo Kofe, a nação tem planos de se transferir totalmente para o metaverso – grande aposta para integrar o mundo real e virtual.
Segundo Kofe, a transferência para o mundo digital preservaria o território, cultura e soberania do povo de Tuvalu, preservando a nacionalidade por meio da tecnologia. Ao mesmo tempo, o anúncio não deixa de ser uma provocação para que o mundo comece a levar as mudanças climáticas mais a sério.
Na COP26, Kofe também surpreendeu ao discursar dentro do oceano, com a água em seus joelhos, representando o aumento da maré diante do aquecimento global.
Caso nada seja feito, a fim de manter sua história viva. Mas não pense que isso seria fácil. Tuvalu, por exemplo, tem apenas 12 mil habitantes e já seria difícil colocar esse número de pessoas interagindo em tempo real dentro de um mesmo mundo virtual. Há ainda desafios técnicos a serem superados.
Além disso, o metaverso não é realmente uma nuvem. Há uma série de servidores e centros de dados por trás – uma tecnologia com uma pegada de carbono bastante considerável. Cria-se um paradoxo em que o museu virtual, na verdade, contribui para a extinção de novos povos.
O ideal é olhar para as mudanças climáticas hoje e trabalhar em políticas públicas para reduzir os danos. Só com o interesse de todo o globo será possível mudar o futuro de diversas nações.