Os segredos de “Barbie”: nostalgia, comédia, drama e críticas ao machismo
Fãs da boneca mais famosa do mundo, acabou a angústia! “Barbie”, o filme, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20). Tudo no longa é pop: elenco, roteiro, figurino, trilha… Até a diretora Greta Gerwig virou estrela! Não à toa, o filme da boneca da Mattel bateu recorde de pré-venda nas salas do país.
As primeiras impressões do longa estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling já foram divulgadas no exterior. E não pouparam elogios à trama, sugerindo até indicação ao Oscar. O Giz Brasil também assistiu antes e traz aqui os segredos desse candidato a fenômeno de bilheteria.
Mas será que “Barbie” é tudo isso mesmo? O filme é isso e muito mais. Superou as expectativas e entrega além do prometido. A trama de Greta Gerwig começa bem despretensiosa, contando a história da criação da boneca da Mattel, e apresenta a Barbieland. Parece mais uma comédia sobre o mundo cor de rosa onde os brinquedos ganham vida.
No entanto, a Barbie embarca em uma aventura ao lado do fiel companheiro Ken. É aí que a história começa a decolar. Enquanto a protagonista tenta entender porque seus pés estão igual aos dos humanos, seu “namorado” faz uma descoberta surpreendente: o homem é quem domina o mundo real.
Crítica ao cenário machista
É aí que Greta Gerwig entra com tudo e faz diversas críticas ao atual cenário machista. Enquanto na Barbieland as mulheres são médicas, professoras, jornalistas, ganhadoras do prêmio Nobel, e até uma presidente negra, no mundo real apenas os homens que estão em cargos de poder. A trama é bem divertida, ao mesmo tempo comovente, nos fazendo refletir sobre o mundo contemporâneo.
E não para por aí! “Barbie” ainda coloca a personagem como o reflexo da sociedade que a criou, trazendo pontos importantes a serem debatidos. E até usando como referências e exemplos outros filmes de sucesso. O longa-metragem é inteligente, ousado, tem um humor ácido e afiado, além de tocar na ferida até dos chefões da Mattel [na trama, composto apenas por homens].
Não, “Barbie” não é um filme para crianças. E também não abusa do musical, como muitos temiam. Margot Robbie dá um show de atuação — a melhor escolha de Greta para viver a boneca–, assim como Ryan Gosling, que brilha como Ken nas cenas que solta a voz.
Um dos principais destaques sem dúvidas é America Ferrera, que destrói tudo em um monólogo e merece concorrer ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Jornada de autoconhecimento
E não dá para esquecer da diretora Greta Gerwig, que arrasa ao trazer pontos que mexem com o imaginário feminino, além de muita nostalgia. A trama aborda aquele mundo de plástico que toda menina conheceu durante a infância. Cita até bonecas que já saíram de linha e acabaram deixadas de lado. Importante destacar que a equipe de arte e figurino foram atentos a todos os detalhes.
A trilha sonora se encaixa perfeitamente ao filme, e sem dúvidas valeu a pena investir em artistas de peso no cenário musical.
Por fim, “Barbie” é um filme sobre a jornada de autoconhecimento por parte da boneca, e até mesmo do Ken de Gosling. A protagonista entra em uma crise existencial do qual nunca vivenciou antes, e descobre sentimentos novos, aprendendo até que chorar faz bem.
Greta nos presenteia com um filme bem profundo, mas que ao mesmo tempo que diverte. “Barbie” é engraçado, reflexivo, vai te arrancar boas risadas, assim como algumas lágrimas. A trama mexe com o imaginário daqueles que cresceram com uma boneca da Mattel, ao mesmo que traz uma crítica social surpreendente.
Senti falta apenas de citar as meninas que colocavam as Barbies para se beijarem, ou os Kens, em referência a comunidade LGBTQIA+. Greta Gerwig prometeu e entregou tudo! “Barbie” é 10/10, sem dúvidas é “o” filme de 2023. ALERTA DE SPOILER: o final vai te surpreender e emocionar. Relembre o da produção: