Os 10 melhores filmes de 2022 (até agora), segundo a Variety

Entre os filmes lançados até o momentos, eleitos pela Variety como os melhores de 2022, estão “The Batman”, “Top Gun: Maverick” e “Navalny”. Veja sinopses e comentários
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Foto: Paramount Pictures/Cortesia Everett Collection

Após a pandemia atrasar o lançamento de diversas produções, os sucessos de bilheteria estão de volta. Um exemplo é a receita bilionária de “Top Gun: Maverick”, de Tom Cruise. 

Mas agora que os espectadores têm uma gama vasta de filmes para escolher, a velha pergunta surge: quais são os melhores lançamentos de 2022? Além disso, quais longas valem a pena deixar o conforto do sofá (e o streaming) para ver no cinema?

Dois críticos de cinema da revista americana , Peter Debruge e Owen Gleiberman, fizeram uma seleção completa e relembram os primeiros seis meses de 2022, selecionando as joias do cinema que mais se destacaram. Se liga só nos 10 melhores filmes do ano (até agora): 

Batman

Segundo o crítico Owen Gleiberman, esse pode ser o maior filme de quadrinhos já feito: “Robert Pattinson interpreta o personagem-título como um homem tão convincentemente atormentado pelos fantasmas de seu passado que ele nem quer mais ser Bruce Wayne”.

Não é à toa que o longa do super-herói dirigido por Matt Reeves arrecadou no mundo todo cerca de 735 milhões de dólares (R$ 3.451 milhões, na cotação atual). A produção também foi bastante elogiada pelos críticos, tendo 85% de aprovação em sites agregadores de notas como o Rotten Tomatoes e nota 72 (de 0 a 100) no Metacritic.

O filme chegou no catálogo da HBO Max com números impressionantes. Atraiu 4,1 milhões de espectadores em sua primeira semana, e em apenas um dia de estreia, o filme foi assistido por 720 mil contas do serviço de streaming, somente nos Estados Unidos. O bom retorno do filme fez que a Warner Bros. apostasse em mais projetos no mesmo universo. Atualmente, pelo menos duas séries estão em pré-produção na HBO Max. A primeira mostrará a ascensão do vilão Pinguim (Colin Farrell), enquanto a segunda será ambientada no Asilo Arkham.

Beba

“Beba” não poderia ficar de fora desta lista! O crítico Peter Debruge aponta “como todo mundo tem uma história que vale a pena contar, mas poucos têm a perspectiva ou o senso natural do cinema para transformar suas experiências em um filme que mereça. Rebeca Huntt passou quase oito anos organizando o material que compõe seu jovem, mas mundano, cine-memória – uma mistura sofisticada de entrevistas, imagens de arquivo e reencenações, entrelaçadas na voz do próprio diretor”.

No longa, a cineasta estreante Rebeca Huntt empreende uma exploração inabalável de sua própria identidade no notável documentário/memórias cinematográficas “Beba”. Refletindo sobre sua infância e adolescência em Nova York como filha de pai dominicano e mãe venezuelana, Huntt investiga o trauma histórico, social e geracional que herdou e pondera como essas feridas antigas a moldaram, ao mesmo tempo em que considera as verdades universais que conectar todos nós como seres humanos.

Catch the Fair One

Outro filme que chegou com tudo foi “Catch the Fair One”, onde o critico Peter Debruge aponta que “o roteirista e diretor Josef Kubota Wladyka mergulha no mesmo território retorcido de filmes como “Taxi Driver” e “Hardcore”, onde caras durões atacam para resgatar jovens vulneráveis ​​de situações terríveis. “Catch the Fair One” sacode a fórmula, posicionando uma boxeadora indígena (Kali Reis, que co-escreveu o filme) como a heroína, ao mesmo tempo em que apaga muitas esperanças de que ela algum dia encontre a irmã caçula roubada por traficantes sexuais. O tom deste thriller pode ser tão sombrio e cínico quanto parece, mas a história é, em última análise, de redenção”. 

Boa sorte para você, Léo Grande

Nancy Stokes é uma professora que acabou de se aposentar. Apesar de uma vida satisfatória, existe uma coisa que ela jamais teve: nunca fez um sexo digno de chamar de bom. Na verdade, Nancy nem sabe se o que ela fez foi de fato sexo. Por isso, ela está obstinada em seu plano de ter, pelo menos uma vez, uma noite de sexo prazerosa. E tem tudo desenhado em sua cabeça: ela chama um jovem trabalhador do sexo e reservará (anonimamente) um bom quarto em um hotel. Ela até sabe o nome do jovem: Leo Grande. Leo sabe o que faz e sabe que faz bem o seu trabalho. Apesar de parecer somente mais uma cliente e mais algumas horas de trabalho, Leo está certo que essa é a coisa que mais intrigou ele, e que Nancy é também uma pessoa diferente.

“A diretora Sophie Hyde confia nesses dois atores para carregar o roteiro sincero e articulado de Katy Brand, e embora não haja como negar que parece uma peça, essa é uma ótima maneira de abordar a dança lenta intelectual desse filme empoderador”, aponta o critico Peter Debruge. 

O Acontecimento

Adaptação cinematográfica do livro homônimo de Annie Ernaux, “O Acontecimento” leva inevitavelmente, o publico a refletir sobre a situação de mulheres que optam pela interrupção da gravidez. O drama é dirigido por Audrey Diwan, que também assina o roteiro, ao lado de Marcia Romano. Vencedor do Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Veneza de 2021, o filme é ambientado na França dos anos 1960, e mostra uma jovem universitária, Anne (Anamaria Vartolomei), lutando para interromper a gravidez indesejada que poderá mudar todos os seus planos de futuro.

Sobre o longa, o critico Peter Debruge diz: “você não pode proibir o aborto. Você só pode proibir o aborto seguro. Essa é uma lição que metade dos Estados Unidos parece disposta a aprender da maneira mais difícil, e que impulsiona o drama da década de 1960 da diretora francesa feminista Audrey Diwan, que segue uma estudante obstinada através de um período de confusão e medo. O filme, que derrotou “Power of the Dog” e “Spencer” no prêmio máximo de Veneza no ano passado, leva o público de volta a uma época em que o aborto era ilegal na França”. 

Hello, Bookstore

O documentário de A. B. Zax segue a vida e o destino de uma amada livraria independente em Lenox, Massachusetts, e então você pode esperar que seja o tipo de filme que se expande em uma declaração maior sobre o estado precário e estimado das livrarias independentes no mundo digital/corporativo/era das cadeias de lojas. 

“Por 86 minutos reverentes, o filme, sem nunca sair do local, simplesmente espia os cantos e recantos de uma livraria enganosamente silenciosa –que é chamada, aliás, de The Bookstore– e traça a existência diária de seu proprietário-curador missionário, Matthew Tannenbaum, um alegre boomer que administra o lugar como se fosse uma biblioteca, um coquetel e uma projeção de seus sonhos literários. Ele pode levantar os fundos para salvar a loja? O oásis de uma livraria comunitária pode viver na era do TikTok? “Hello, Bookstore” é o documentário como um filme para sair, mas no final Tannenbaum passou a parecer uma versão verdadeira de George Bailey em “It’s a Wonderful Life”, aponta o critico Owen Gleiberman. 

Arremessando Alto

O filme conta a história de um olheiro de time de basquete que está em baixa na carreira (Adam Sandler), que está cansado de viajar pelo mundo atrás de novos fenômenos, e quer apenas uma oportunidade como treinador. Nesse sentido, ele descobre um jogador excepcional no exterior e leva o fenômeno para os EUA sem a aprovação do seu time. Agora, a dupla tem apenas uma chance de brigar por um espaço na NBA.

“É um filme da Netflix, e quando você ouve sobre isso, parece… um filme da Netflix: um daqueles caros, mais baratos, excessivamente iluminados, muito longos porque-eles-não-parecem-ter- editores de roteiros que agradam ao público isso é uma sombra do filme que poderia ter sido se tivesse sido feito para os cinemas há 25 anos. Mas “Hustle”, a Netflix seja elogiada, na verdade é a melhor versão de si mesma –é tão inteligente e realizado um inspirador esportivo como você gostaria que fosse. Adam Sandler, como um olheiro cansado do Philadelphia 76ers que volta ao jogo depois de descobrir um superstar espanhol, está interpretando um personagem de Jerry Maguire encontra Rocky”, aponta o critico Owen Gleiberman. 

Navalny

“Navalny” segue a história de Alexei Navalny, um dos opositores de Putin que foi preso e o episódio foi marcado por revolta popular contra o governo de Putin, na Rússia. Em 2020, ao estar em um voo doméstico da Sibéria para Moscou, Alexei bebeu uma garrafinha de água. Ao chegar na Alemanha, para onde foi levado após adoecer no voo, foi constatado por um exame toxicológico que ele ingeriu Novichok, uma combinação de substâncias neurotóxicas.

Segundo o critico Owen Gleiberman: “o filme é um retrato de um lutador da liberdade cujo heroísmo pragmático o tornou uma figura comparável a Nelson Mandela ou Lech Walęsa. A história de como ele foi envenenado e acabou desmascarando seus adversários disfarçados é o material do suspense de capa e adaga”. 

Recreio

Neste filme de estreia da diretora e roteirista Laura Wandel, a realidade cotidiana da escola primária é vista do ponto de vista de uma criança como uma pista de obstáculos de degradação e abuso. Seguindo Nora de sete anos e seu irmão mais velho Abel, vemos Nora lutando para se encaixar antes de encontrar seu lugar no pátio da escola. Um dia, ela percebe que Abel está sendo intimidado por outras crianças e, embora ela corra para protegê-lo avisando seu pai, Abel a obriga a permanecer em silêncio, enquanto ele sofre mais humilhação e assédio por seus colegas.

Peter Debruge aponta como “a diretora belga Laura Wandel leva o público ao nível dos olhos de uma menina de sete anos neste simples, mas profundo olhar sobre como o cérebro de uma criança processa o bullying. Tomando emprestadas estratégias de filmes tão diversos quanto “Son of Saul” e “Ponette”, essa nova voz promissora intuitivamente mergulha o público na socialização inicial de seu protagonista protegido. Este filme honesto e perturbador serve como um microcosmo do mundo adulto, forçando-nos a confrontar memórias pouco lisonjeiras e há muito suprimidas de nossos próprios papéis como vítimas e atormentadores”.

Top Gun: Maverick

Impossível falar de lançamentos de 2021, sem citar este super sucesso. O filme conta a história de Pete ‘Maverick’ Mitchell (Tom Cruise) se encarrega de ser o mentor da nova turma de profissionais formados pela Top Gun, que está cada dia menor por conta dos drones terem se tornado tão populares e econômicos nos últimos anos. Logo, para tentar executar uma missão quase suicida com o inimigo, ele precisará ensinar aos pilotos como serem impecáveis no seu desempenho, mas problemas do passado o cercam cada vez mais, tornando difícil manter um êxito completo sem perder sua verdadeira essência.

O longa está voando alto, e já ultrapassou a marca de US$ 800 milhões nas bilheterias em todo mundo. Com US$ 806,4 milhões, o filme agora já é a maior bilheteria na carreira de Tom Cruise.

“Não, não é uma epifania de pipoca tão perfeita quanto o “Top Gun” original. “Maverick” faz mais do que apenas tocar em nossa nostalgia. Ele faz isso com um toque delicioso e relevância escapista, reposicionando Tom Cruise como um mentor de flyboy envelhecido que deve provar que ainda tem as coisas certas. O filme apresenta cenas de combate voando baixo que são tão emocionantemente reais, à medida que os jatos de combate ascendem do chão e se aproximam dos cantos que teriam derrubado Chuck Yeager – que a frase “como um videogame” se torna, por uma vez, uma evocação do mainstream de Hollywood em sua forma mais astuta”, destaca o critico Owen Gleiberman. 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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